O volume de vendas no varejo restrito cresceu 1,2% em fevereiro (figura 1), frente ao mês anterior, descontados os efeitos sazonais, interrompendo uma sequência de dois meses consecutivos de queda no indicador. Foi o melhor resultado para o mês desde 2010, quando as vendas cresceram 2,7% e a taxa mais alta registrada desde julho de 2013, quando o avanço foi de 3%. Apesar do resultado positivo, o comércio varejista restrito acumula retração de 5,3% no acumulado em 12 meses (figura 2) e recuo de 4,2% relativamente a fevereiro de 2015 (figura 3), 11ª taxa negativa seguida nesse tipo de comparação.
Figura 1 – Vendas no Varejo Restrito – mês ante mês anterior
Figura 2 – Vendas no Varejo Restrito – acumulado em 12 meses
Figura 3 – Vendas no Varejo Restrito – ante mesmo mês do ano anterior
No varejo ampliado, que inclui as vendas de veículos e material de construção, o volume de vendas aumentou 1,8% em fevereiro em relação ao mês anterior. Foi o melhor resultado para o mês desde 2010, quando subiu 4%. As vendas de veículos aumentaram 3,8% em fevereiro e as de materiais de construção subiram 3,3%. Entretanto, na comparação com fevereiro de 2015, as vendas do varejo ampliado tiveram baixa de 5,6% em fevereiro de 2016.
O suspiro nas vendas do varejo de fevereiro deve-se basicamente à impossibilidade de as famílias adiarem por mais tempo o consumo apesar da restrição orçamentária. Contudo, tal fato isolado não permite indicar uma mudança de tendência nas vendas do varejo. Ainda que animador, o resultado positivo de fevereiro não foi capaz de recuperar as perdas dos últimos meses, uma vez que o nível de vendas do varejo segue quase 10% abaixo de seu pico histórico, em novembro de 2014. O setor sofre com a recessão econômica desde o ano passado, com o consumo das famílias reprimido por uma combinação de inflação, desemprego e crédito caro e restrito.