Não obstante da perspectiva de melhora na confiança do consumidor, cujo indicador da FGV tem crescido desde maio, o comércio varejista ainda tropeça na recessão que assola o país há dois anos. Em agosto, o comércio varejista seguiu enfraquecido, registrando queda marginal (sobre julho, descontado os efeitos sazonais) do volume de vendas de 0,6% no conceito restrito (que desconsidera o setor automotivo e de material para construção) e uma expressiva queda de -2% no ampliado. Com relação a agosto de 2015, as vendas recuaram 5,5% no varejo restrito (17ª taxa negativa consecutiva nesse tipo de comparação) e -7,7% no ampliado (27ª queda consecutiva).
Em agosto, o segmento de hipermercados e supermercados registrou variação de -2,2% no volume de vendas sobre igual mês do ano anterior, o maior impacto negativo na formação da taxa global do varejo. Foi a 19ª queda consecutiva do segmento nessa comparação, acumulando, para os oito primeiros meses do ano e em 12 meses, uma perda de 3% devido basicamente à perda do poder de compra do trabalhador, resultado direto da pressão inflacionária e da perda da massa salarial em função do desemprego crescente.
Com essa última leitura, o varejo acumulou nos oito primeiros meses do ano perda de 6,6%. Já no nos últimos 12 meses o recuo é de 6,7%. Para 2016, projetamos queda de 6,5% no volume de vendas do varejo restrito e diminuição de 7,4% no conceito ampliado. A REAG prevê que o crescimento sustentável do varejo acontecerá somente após o segundo trimestre de 2017, quando é esperada recuperação das vendas de setores mais sensíveis ao crédito, como o de veículos.