A surpresa em relação a uma antecipação da elevação dos juros nos Estados Unidos para 2023 com os ânimos dos investidores brasileiros, nesta primeira etapa da “Super-Quarta” da política monetária, ainda em compasso de espera pela decisão do Comitê de Política Monetária (Copom) do Banco Central brasileiro. Logo após o anúncio do Federal Reserve (Fed) americanos, o Ibovespa reverteu a ligeira alta da manhã, amargando perdas, que foram logo amenizadas ao longo da entrevista do presidente do Fed, Jerome Powell.

O Comitê Federal de Mercado Aberto do Federal Reserve (Fomc, na sigla em inglês) manteve inalterada a sua taxa básica de juros, entre 0% e 0,25% ao ano, em mais uma decisão unânime nesta quarta-feira (16 de junho de 2021). Entretanto, as novas projeções da instituição revelam que a maior parte de seus dirigentes espera uma alta nas taxas de juros em 2023. Em coletiva de imprensa após o comunicado, o presidente do Fed voltou a falar em um “apoio poderoso” do banco central dos EUA à economia. O dirigente admitiu que, com os preços acima das expectativas nos últimos meses, a inflação poderá ficar “maior e mais persistente” do que o previsto pela instituição.

As duas elevações de juros sinalizadas pelo Fed para 2023, bem como o aumento do número de integrantes do Fed que esperam uma subida já no próximo ano (que agora são 7 de 18) não eram esperadas pelo mercado. Entendemos que essas mudanças são oriundas das pressões dos presidentes regionais do Fed, que em geral são mais “hawkish” do que os membros do núcleo (core) do Fomc.

Diante do cenário apresentado pela autoridade monetária norte-americana, de melhor da atividade e alta da inflação, a REAG acredita que os juros deverão ficar mais pressionados e o dólar deverá se fortalecer globalmente. Já para os ambientes de bolsa no mundo e para o mercado de commodities, acreditamos que esses se manterão resilientes frente a um vetor de crescimento da atividade mundial mais sólido.