A debandada do PMDB da base governista acirra as apostas a favor do impeachment da presidente Dilma Rousseff, aumentando a probabilidade do seu vice, Michel Temer (PMDB-SP), assumir a presidência e garantir a liderança de sua candidatura no páreo para as eleições presidenciais em 2018. Assim, com o impeachment, o PMDB asseguraria um poderoso cabo eleitoral para eleger Temer daqui a dois anos.
De qualquer forma, a fuga do PMDB do governo era altamente previsível. Isso deve-se basicamente ao tipo de presidencialismo adotado pelo governo Dilma Rousseff, o de coalizão, no qual em momentos de elevada impopularidade, a fuga da base aliada é praticamente dada como certa. A história recente, após a redemocratização, corrobora essa tese: assim foi no governo Sarney, em 1989 após o fracasso do terceiro plano anti-inflacionário; no governo Collor, durante o julgamento do impeachment, e no governo Fernando Henrique Cardoso, em 2002, quando o PFL (atual DEM) se retirou da base governista após divergência em relação a quem seria candidato à presidência.
Mas se a impopularidade do governo Dilma promoveu a debandada da base aliada, o que provocou a impopularidade? Nesse caso, o descrédito do governo central deve-se basicamente à recessão econômica e marginalmente às denúncias de corrupção.
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