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RTI reitera nossa projeção de corte mais rápido da Selic em abril

O Relatório Trimestral de Inflação (RTI) do Banco Central do 1º trimestre deste ano, divulgado hoje, reitera nossa expectativa de que o ritmo de redução da será intensificado para 100 pontos-base na próxima reunião do Copom (agendada para 12 de abril). Em nossa análise, a expressão “intensificação moderada do ritmo de flexibilização da política monetária”, que consta no documento, sacramente a decisão de o Banco Central realizar o próximo corte em 100 pontos-base. Ademais, essa expressão retira a retórica de parte o mercado em favor de cortes mais fortes, como amplamente difundido no mercado. Ou seja, a chance precificada de uma redução de 125 pontos-base deve esfriar.
O trecho destacado diz que “(…) a consolidação do cenário de desinflação mais difundida, que abrange os componentes da inflação mais sensíveis ao ciclo econômico e à política monetária, fortalece a possibilidade de uma intensificação moderada do ritmo de flexibilização da política monetária, em relação ao ritmo imprimido nas duas últimas reuniões do Copom”. Além disso, nossa interpretação do RTI também reforça nossa expectativa de que o ritmo de corte de 100 pontos-base deverá ser estendido para a reunião seguinte do Copom, agendada para o final de maio.  Corroboram também nossa percepção de que a autoridade fará os dois próximos cortes de 100 pontos-base o fato de as projeções para a inflação no curto prazo sinalizarem taxas mais moderadas do que as expectativas anteriores apresentadas no RTI.

Por outro lado, as projeções do Banco Central para o 1º trimestre de 2019 mostram inflação em ligeira tendência de aceleração em relação ao biênio 2017-18 – sendo que, no cenário de juros e câmbio de mercado, a projeção aponta taxa ligeiramente acima do atual centro da meta (4,5%). Esse dado pode ser entendido como uma postura mais cautelosa do Banco Central ao considerar a possibilidade de levar a política monetária para terreno francamente expansionista (principalmente se, em sua reunião de junho, o CMN determinar a redução da meta de inflação para 2019). Assim, mantemos nossa expectativa de que no atual ciclo de distensão monetária, a Selic será reduzida para pelo algo entre 9% e 8,5% ao ano, patamar que, em nossa avaliação, representa o piso do intervalo de juro nominal neutro.
 

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