Com a pressão vinda dos preços do atacado agropecuário, a inflação medida pelo IGP-10 de junho, de +1,42%, sinaliza que os IGPs (a preços de mercado “M” e por disponibilidade “DI”) para este mês oscilarão entre +1,4% e 1,5%. Em maio, o IGP-10 registrou alta de 0,60%. A aceleração esteve apoiada nos preços ao produtor (IPA), destacadamente os agropecuários (cadeia da soja, milho, feijão e suínos), cujo índice mais do que dobrou (de 0,64% em maio para 1,89% em junho). O IPA-Industrial também mostrou importante aceleração entre o IGP-10 de maio (+0,07%) e o de junho (+0,7%) basicamente por conta do repasse de preços do atacado. O IPC-10 (preços ao consumidor) e o INCC-10 (preços da construção civil), na contramão, variaram menos: + 0,49% em junho (contra alta de 0,60% no mês anterior) e +0,49% este mês (versus +0,33% em maio) respectivamente.
A expectativa da REAG é de que o preço dos produtos agropecuários no atacado se mantenha em trajetória de alta até julho. Já para os industriais, projetamos que o índice continuará acelerando até o final deste mês, ainda por conta dos desdobramentos da aceleração do IPA-Agropecuário. Quanto ao varejo, esperamos que este conjunto de preços continue perdendo força, pois os efeitos reajustes autorizados de produtos farmacêuticos perderão força, assim como os reajustes do cigarro e das tarifas de água e esgoto. Já para as despesas com construção a aposta de que os preços continuem em alta em junho, por conta das pressões de alguns dissídios salariais. O resultado neste IGP-10 de junho reforça a projeção da REAG de que similar movimento deverá ser revisto no IGP-M e no IGP-DI deste mês.