A Lava Jato chegará ao Lula?

As prisões de André Esteves, sócio do BTG Pactual, e do senador Delcídio Amaral (PT-MS), nesta quarta-feira (24) pela operação Lava Jato foi um passo importante da estratégia do ministro Sergio Moro ao cerco do círculo “Lulista”. Esteves e Amaral são suspeitos de planejar a obstrução das investigações. Segundo a Promotoria Geral da República (PGR), Delcídio prometeu pagar R$ 50 mil mensais para a família de Nestor Cerveró, ex-diretor da Petrobras, para evitar que ele fizesse delação premiada e que revelasse a suposta participação do senador no esquema de corrupção investigado na estatal. André Esteves, por sua vez, é suspeito de prometer financiar o acordo.

O amigo do Lula

O cerco ao círculo “Lulista” teve efetivamente início ontem, com a prisão do pecuarista José Carlos Bumlai, amigo do ex-presidente Lula, também no âmbito da Lava Jato. Bumlai foi preso por crimes cometidos na contratação do navio-sonda Vitória 10000 pela Petrobras. Os investigadores detectaram indícios de ilegalidades na contratação do grupo Schahin para a operação da sonda. As irregularidades foram confessadas pelo empresário Salim Schahin, que teve acordo de delação premiada homologado na semana passada.

A Lava Jato chegará ao Lula?

Essa é a pergunta que paira no ar. De fato, o objetivo da PGR e da PF é explícito: chegar o mais próximo possível do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva. Mas cá entre nós, os fatos apurados até o momento já apontam implicitamente que Lula estaria direta ou indiretamente envolvido em esquemas de corrupção e pagamento de propinas. Ou seja, politicamente a Lava Jato já chegou ao Lula. Agora se o ex-presidente irá para trás das grades…. isso é outra questão.

Nossa opinião

A maior proximidade da Lava Jato ao círculo “Lulista” esbarra na confiança da base eleitoral que ainda sustenta, mesmo que precariamente, a presidente Dilma em seu segundo mandato. Na nossa opinião, um possível impeachment ou renúncia da presidente somente acontecerá quando seu eleitorado petista for às ruas, movido pela dor do desemprego e pela queda na confiança da ideologia petista.

Simone Pasianotto
Economista REAG Investimentos

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