A indústria brasileira recuou ligeiramente em agosto, interrompendo quatro meses seguidos de alta, pressionada principalmente pelo setor de alimentos. Esse movimento, entretanto, que não atrapalha o ritmo de recuperação do setor. A produção industrial no Brasil caiu 0,8% em agosto sobre julho, informou o IBGE, contra a expectativa de estabilidade do mercado. Esse é o resultado mais fraco desde março último (-1,6%). Na avaliação da REAG, a queda da produção em agosto foi pontual e concentrada em poucos grupos de muito peso no índice, sem quebra da tendência de recuperação, uma vez que não há mudança conjuntural. Na comparação com agosto de 2016, o setor avançou 4%, o melhor resultado para o mês nessa base de comparação desde 2010.
O destaque em agosto ficou para o recuo de 5,5% na produção de alimentos após três meses consecutivos de ganhos, devido principalmente, à menor produção de açúcar. A indústria brasileira tem se favorecido dos níveis baixos de juros e inflação, o que incentiva o consumo. O mercado de trabalho também vem dando indicações de melhora, com a taxa de desemprego recuando para 12,6% no trimestre até agosto, dando base para a recuperação da economia após a recessão que afetou o país
Ainda que o cenário político continue caótico, com as denúncias diárias de corrupção e a indefinição quanto às eleições de 2018, o ciclo de flexibilização monetária deverá prosseguir, levando a taxa Selic para 7,0% até o final deste ano, patamar que deverá se manter ao longo de 2018. Com isso, as condições de crédito, especialmente para pessoa física, deverão continuar avançando e sustentando o consumo. Dessa forma, avaliamos que a produção industrial prosseguirá sua recuperação, ainda que relativamente moderada considerando o tombo observado nos últimos anos.