A produção industrial brasileira perde fôlego e performa abaixo das expectativas em março, acendendo a luz amarela quanto à velocidade da retomada do crescimento econômico. No confronto com março de 2018, a indústria despencou 6,1%: queda mais intensa desde maio de 2018. O indicador apresentou também recuou na comparação com fevereiro, com retração de 1,3%, segundo dados divulgados nesta sexta-feira pelo IBGE. Nessa base de comparação, o resultado de março é o pior desde setembro de 2018, quando a indústria perdeu 2,1% da produção. O consenso de mercado projetava uma queda neste indicador em março, mas não tão acentuada. De acordo com sondagem da agência Bloomberg e Reuters, os economistas apontavam que a indústria recuaria 0,7% no período.
No primeiro trimestre de 2019, a indústria opera com recuo de 2,2%. Já no acumulado em 12 meses, a produção apresentou o primeiro resultado negativo desde 2017, operando com queda de 0,1%. O que influenciou negativamente o indicador em março foram a produção de automóveis, com recuo de 3,2% e a de produtos alimentícios, com queda de 4,9%. A indústria extrativa apresentou variação negativa de 1,7%.
Em linhas gerais, a indústria mostra perda de ritmo desde o segundo semestre de 2018. Tanto fatores internos quanto externos explicam este comportamento. Em relação ao cenário nacional, o desemprego está elevado, os investidores ainda têm bastante cautela antes de fazer investimentos e as famílias seguem mais comedidas na hora de fazer alguma compra. Soma-se a isso a redução de um importante canal de exportações para a Argentina. Estes fatores não são novos, mas explicam por que a indústria mantém uma trajetória descendente desde o segundo trimestre do ano passado.
A indústria segue com pouco dinamismo, com o nível de produção com muitos altos e baixos desde o início da série histórica. O atual patamar de produção muito estaria muito próximo ao registrado em 2017 e 2009. Ou seja, nossa produção industrial está praticamente igual ao volume produzido 10 anos atrás.
Os primeiros indicadores coincidentes (confiança da indústria, utilização da capacidade instalada, dados semanais de comércio exterior, entre outros) sinalizam recuo de 0,5% da produção industrial em abril (variação mensal dessazonalizada). Para o fechamento de 2019 nossa perspectiva é de que a produção industrial apresente crescimento tímido de apenas 1,5%.
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