O nível de atividade da economia brasileira registrou novo recuo em fevereiro deste ano. Após ajuste sazonal, o IBC-Br do Banco Central registrou retração de 0,29% em fevereiro na comparação com janeiro e queda de 4,54% em relação ao mesmo mês de 2015. Segundo dados divulgados hoje pela autoridade monetária, esse foi o 14º mês consecutivo de contração no IBC-Br na comparação com o mês anterior (gráfico 1). O IBC-Br é uma espécie de indicador antecedente do PIB que incorpora estimativas para os setores de serviços, indústria e agropecuária, além de impostos sobre produtos.
O IBC-Br registrou também em fevereiro o menor nível dos últimos seis anos. Em janeiro de 2010, o indicador estava em 133,5 pontos, caindo para 135 pontos em fevereiro último na série dessazonalizada (gráfico 2). Apesar de ter encolhido, o número de fevereiro veio melhor do que a expectativa de mercado (-0,5% MoM e -5,0% YoY), bem como da estimativa da REAG (-1% MoM).
O IBC-Br retrata o atual cenário da economia brasileira, mergulhada em uma recessão econômica, a qual pode ser caracterizado por alta da inflação, aumento das taxas de juros, crescimento do desemprego e queda generalizada da atividade. A adoção das políticas econômicas que desatariam o nó desse cenário de crise econômica, por sua vez, está estagnada em meio ao processo de impeachment da presidente Dilma Rousseff, e da crise política.
Após o tombo de 3,8% no PIB do ano passado, a maior queda em 25 anos,, a REAG estima retração de igual intensidade em 2016. Confirmada a previsão de um novo retrocesso neste ano, será a primeira vez que o Brasil registra dois anos seguidos de contração na economia de acordo com série histórica iniciada em 1948.
Para a leitura de março de 2016, a REAG prevê que o IBC-Br dessazonalizado venha com ligeira queda de 0,1% MoM e diminuição de 5,7% YoY. Essa projeção sustenta-se nas expectativas de queda na produção industrial, recuo nas vendas do varejo ampliado e contração no setor de serviços. A aposta da REAG para o primeiro trimestre de 2016 é de que o IBC-Br venha com -6,0% YoY, enquanto o PIB deverá encolher 5,5% (YoY).