A economia brasileira apresentou alta de 0,6% no 3º trimestre deste ano na comparação com o 2º trimestre, na série com ajuste sazonal, 2º dados do IBGE. Na comparação com o mesmo trimestre do ano anterior, o crescimento é de 1,2%. Apesar do avanço, o resultado reflete uma tímida retomada da atividade econômica do país, que registrou estagnação no resultado do PIB de janeiro a março e avanço de 0,5% no 2º trimestre. No acumulado em 12 meses, o PIB registrou crescimento de 1%, frente aos quatro trimestres imediatamente anteriores. No acumulado do ano até setembro, o PIB cresceu 1%, em relação a igual período de 2018.
Apesar da leve melhora, o PIB ainda está 3,6% abaixo do pico da série, atingido no primeiro trimestre de 2014. O resultado mantém a economia brasileira em patamar semelhante ao que se encontrava no 3º trimestre de 2012.
O consumo das famílias acelerou para uma alta de 0,8%, após um avanço de 0,6% no 1º trimestre e de 0,2% no 2º trimestre, representando o principal destaque positivo do PIB no 3º trimestre. Foi o melhor resultado desde o 3º trimestre de 2018, quando também avançou 0,8%. Entre os fatores que têm contribuído para um maior consumo, destacamos a queda da taxa básica de juros (Selic), a inflação baixa, expansão do crédito, início dos saques do FGTS – que poderão injetar até o final do ano cerca de R$ 30 bilhões na economia – e de recuperação do mercado de trabalho, ainda que lenta e puxada pela informalidade, que tem feito aumentar a massa salarial e o número de brasileiros ocupados e com alguma renda.
Os investimentos (Formação Bruta de Capital Fixo) cresceram 2% no 3º trimestre, sustentados pelo setor privado e tendo como destaque a construção civil, que desde o trimestre anterior passou a mostrar recuperação após 20 trimestres seguidos de encolhimento. Na comparação com igual trimestre do ano anterior, a construção avançou 4,4% – melhor resultado 1º trimestre de 2014, quando cresceu 8,2%. A taxa de investimento no terceiro trimestre em proporção do PIB, porém, ficou em 16,3% do PIB no 3º trimestre, a mesma que foi observada no mesmo período do ano anterior e ainda longe do patamar pré-recessão. No final de 2013, estava em 20,9%.
Em contrapartida, a balança comercial mostrou forte queda de 2,8% nas exportações de bens e serviços, enquanto as importações subiram 2,9%. Os fracos resultados comerciais vêm afetando o setor externo brasileiro, com o déficit em transações correntes mostrando piora.
O resultado do PIB aponta para um desempenho mais lento ou em linha com os dois anos anteriores, quando o crescimento foi de 1,3% em 2017 e 1,1% em 2018. Em 2016 e em 2015, a economia teve retração, de 3,3% e de 3,5%, respectivamente. Os ânimos, que começaram o ano animados, com o novo governo, recuaram diante das primeiras derrapadas do entrosamento entre legislativo e executivo. No final de janeiro, o mercado estimava crescimento de 2% para o PIB em 2019. Hoje, o mercado cortou sua previsão de crescimento da economia brasileira para 0,99%. A REAG mantém, desde o início do ano sua projeção de PIB para 2019 em +0,94%. Em 2020, esperamos que a economia cresça 1,8%.
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