O resultado do PIB no segundo trimestre veio em linha com a projeção da REAG, afastando o temor de o país adentrar em uma recessão técnica – quando da ocorrência de duas quedas trimestrais consecutivas. Contudo, o resultado reforma o cenário macro deste ano, com atividade fraca, mercado de trabalho crítico e economia estagnada, ainda sem força para finalmente se livrar das sombras da crise econômica que engoliu o país nos últimos anos. A economia brasileira apresentou cresceu 0,4% no segundo trimestre deste ano na comparação com o primeiro trimestre, na série com ajuste sazonal, segundo dados do IBGE divulgados nesta quinta-feira. A REAG projetava alta de 0,5%, enquanto o consenso de mercado previa crescimento de 0,2%.
O resultado do segundo trimestre (na comparação com os três primeiros meses do ano) foi influenciado pela expansão das indústrias de transformação (2%) e construção (1,9%), que juntas representam 70% do setor. O setor de serviços teve avanço de 0,3%, com destaque para as atividades imobiliárias (0,7%) e comércio. O setor agropecuário, por outro lado apresentou queda de -0,4% no período. Nos primeiros seis meses do governo Bolsonaro, o PIB acumulado é de 0,7% e na comparação com o segundo trimestre do ano passado, a economia apresenta elevação de 1%.
O carry over para o ano de 2019 aponta um crescimento entre 0,6% e 0,7%. Assim, para alcançar nossa projeção de alta de 0,94% para este ano, seria necessário um crescimento médio entre 0,35% e 0,40% nos próximos trimestres. Ainda que pareçam números fáceis de se alcançar, ainda param dúvidas que a economia tenha tração suficiente. A REAG, contudo, se mostra mais otimista do que a média do mercado, apostando em uma recuperação marginal no mercado de trabalho e desempenho da indústria mais encorpado, além de considerar o estímulo pontual gerado no segundo semestre por conta da liberação do FGTS. Para 2020, mantemos nossa projeção de crescimento de 2%.