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Perspectiva Econômica e do Mercado Financeiro: julho/19

Comentários Econômicos e Opinião do Gestor

 
O que aconteceu em junho/19…
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Junho trouxe surpresas positivas na agenda de reforma econômica, que permitiram avanços importantes no mercado
Apesar do clima de prudência, os resultados de junho e do semestre foram comemorados. O índice fechou aos 100.967 pontos, com avanço de 4,06% no mês, o segundo maior do ano e de 14,88% no primeiro semestre. Para a REAG, três fatores foram determinantes para o bom desempenho do IBOVESPA em junho:

  1. avanço na tramitação da reforma da Previdência
  2. aposta em corte de juros no Brasil e
  3. no exterior melhora da expectativa de entendimento comercial entre Estados Unidos e China.

Contudo, a primeira quinzena de julho será decisiva para as questões domésticas, uma vez que se espera aprovação da reforma antes do recesso parlamentar e ainda não há definição sobre Estados e municípios. Além disso, teremos em julho reunião do Copom, a primeira em que se espera corte de juros, que depende do avanço concreto da reforma.
Um dos destaques do mês de junho foi a apresentação do relatório da reforma da Previdência na Comissão Especial da Câmara dos Deputados, o qual manteve a economia fiscal próxima do R$ 1 trilhão em dez anos, o que surpreendeu positivamente o mercado, que esperava desidratação desse valor.
As indicações de afrouxamento monetário nos Estados Unidos e na Europa também aumentaram o apetite por risco naqueles mercados e nas bolsas de países emergentes em junho. Depois de terem amargado pesadas perdas em maio, os índices das bolsas de Nova York terminam junho com ganhos superiores a 6%.
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ATIVIDADE SE ARRASTA E CRESCIMENTO SE MANTÉM ESTAGNADO, COM PERSPERCTIVA DE JUROS MAIS BAIXOS
O mercado entrou em 2019 animado com o crescimento e foi se decepcionando. Nós acreditamos que a economia doméstica, puxada pelo setor privado, vai ter uma retomada lenta e gradual, descolando discretamente da estagnação no segundo semestre deste ano. Projetamos que o PIB crescerá 0,9% este ano.
Na economia, os principais indicadores de atividade reiteram nossa perspectiva de recuperação morosa, com o nível de preços bem-comportado e baixo risco iminente de uma alta da inflação. Devido à combinação do avanço na reforma da previdência com inflação refreada, esperamos uma certa mudança das expectativas do mercado de “desapontamento” para “perspectivas positivas postergadas para 2020”.
Além da reforma da Previdência, uma agenda positiva pode impulsionar os ativos brasileiros. Entre os fatores estão a autonomia do Banco Central, a reforma tributária e as privatizações.
ICOMO MANTER GANHOS ENQUANTO A SELIC ESTÁ EM SEU PISO HISTÓRICO
A discussão dos juros, em junho, é positiva e sinaliza redução da Selic até o final do ano.
No final de junho, o Banco Central manteve a Selic em 6,5%. Contudo, o recado transmitido em seu comunicado foi alterado. Aprovada a reforma da previdência com pouco desidratada, o que sustenta nosso cenário conservador, identificamos a possibilidade de corte na taxa básica de juros. Inclusive, o consenso de mercado para os juros no final de 2019 medido pelo Focus mudou de uma manutenção em 6,5% no fim de maio, para 5,75% hoje. Consideramos alta a probabilidade de um anúncio de corte na reunião de julho ainda, se a reforma for aprovada em Plenário da Câmara em 1º turno antes do recesso parlamentar.
O investidor deve começar a pensar em adotar um nível de risco maior e se preocupar menos com o curto prazo. É preciso parar de olhar para o CDI, aceitar um pouco mais de volatilidade e saber que é possível perder um pouco no dia a dia.
Partir para fundos multimercado (que investem em vários produtos diferentes, tanto de renda fixa quanto de variável) é um movimento acertado dos investidores que não estão habituados a tomar riscos
Na renda fixa, a REAG indica as debêntures de empresas de infraestrutura. Ainda que tenham reduzido seus rendimentos, elas são positivas no médio a longo prazos tendo como grande atrativo a isenção e imposto de renda. Para o investidor conservador, a manutenção na renda fixa tradicional resultará os ganhos próximos de zero. Nesse caso, a REAG recomenta a esse perfil de considerar a sofisticação da renda fixa ou fundos imobiliários voltados a Certificados de Recebíveis Imobiliários (CRIs), que têm isenção fiscal. O REAG vê que os investidores podem assumir esses riscos na renda fixa – em papéis mais longos –, em crédito privado, em títulos prefixados, NTN-B (título do tesouro atrelado à inflação) com vencimento mais longo.
Identificamos também boas oportunidades de investimento em ações na Bolsa de Valores. A aprovação da reforma da Previdência ainda não foi totalmente incorporada aos preços, o que possibilita a valorização dos ativos depois da aprovação do texto. A Bolsa tem uma perspectiva de ganho maior, mas está sujeita a uma volatilidade mais elevada. Por isso, é preciso ter uma carteira diversificada. Para os mais arrojados, com estômago para as oscilações, faz sentido aumentar a parcela investida na Bolsa.
Contudo, não recomendamos uma mudança brusca da renda fixa para a variável. O ideal é buscar o longo prazo com posições diversificadas, avaliando não apenas a rentabilidade dos ativos, mas ponderar o risco corrido.
REFORMA DA PREVIDÊNCIA CAMINHA
Ficou mais claro o que será a Reforma da Previdência
Interlocução entre Congresso e Executivo melhorou, diminuindo a volatilidade na bolsa
A votação do relatório final na Comissão Especial é esperada para o começo de julho, mas após recentes atrasos, a votação na plenária da Câmara deve ficar para após o recesso, ou seja, agosto. Isso pode trazer um pouco de volatilidade na bolsa de valores para julho.
Entretanto, seguimos vendo a aprovação da reforma com uma economia de pelo menos R$ 800 bilhões em 10 anos como o cenário conservado, o que sustenta a nossa tese estruturalmente positiva para a Bolsa.
Virando a página da Reforma da Previdência, acreditamos que as atenções se voltam para Brasil e seu crescimento econômico.
CMERCADOS INTERNACIONAIS ESTIMULADOS PELAS EXPECTATIVAS DE CORTES NA TAXA DE JUROS
O mês de junho foi marcado por revisões de expectativas em relação à cortes de juros nas principais economias globais. O Banco Central americano, o Fed, manteve a taxa de juros dos EUA estável em 2,25-2,50%, mas mudou seu tom e sinalizou cortes futuros, trazendo otimismo aos mercados. Do lado negativo, as tensões entre os EUA e a China seguiram elevadas. O mês de junho fechou com as reuniões do G20 e declarações positivas após encontro entre Trump e Presidente chinês.
 
 
PARA INFORMAÇÕES
(11) 3504-6800
 
RECLAMAÇÕES
0800-940-1494
 
 
EQUIPE RESEARCH
Simone Pasianotto
Economista-Chefe
simone.pasianotto@reag.com.br
 
André Ricardo Caó
Estrategista-Chefe
andre.cao@reag.com.br
 
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