Dólar rompe R$ 5,00 com fluxo, DI cai antes do BC: Mercado Hoje

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Dólar rompe R$ 5,00 com fluxo, DI cai antes do BC: Mercado Hoje

Dólar rompe R$ 5,00 com fluxo, DI cai antes do BC: Mercado Hoje

Por Patricia Xavier e Patricia Lara

(Bloomberg) —

Dólar ampliou queda ao final da manhã e rompeu o patamar de R$ 5,00, ao menor nível intradiário desde junho de 2020, antes de decisões do Fed e do BC. Operadores citam fluxo, e real mostra melhor desempenho entre todas as moedas globais. Índice Dólar opera na estabilidade e yields dos Treasuries têm leve baixa. Maioria dos contratos de DI futuro mostra taxas em queda, especialmente nos vencimentos mais longos, com mercado já precificando alta de 0,75 pp na Selic ao final da reunião de hoje e sinalização de outra dose de mesmo tamanho em agosto. Maioria dos analistas também espera um tom mais hawkish na comunicação do BC e retirada do termo “parcial” na referência à normalização da política monetária. Bolsas em NY têm desempenho misto, com investidores cautelosos à espera da decisão do Fed e, principalmente, da fala de Jerome Powell, em busca de pistas sobre timing de redução dos estímulos. Ibovespa cai abaixo dos 130.000 pontos, em dia de vencimento de opções sobre índice e possível votação da MP que pode viabilizar privatização de Eletrobras. Vale puxa contribuições negativas, sob impacto de iniciativas da China para intensificar controle de preços.

Às 12:48, este era o desempenho dos principais índices:

Dólar -1%, a R$ 4,9961

DI Jan 22 +1 ponto, a 5,39%

DI Jan 23 -5 pontos, a 6,94%

Ibovespa -0,2%, a 129838,6 pontos

S&P 500 estável

Dollar Index estável

Yield 10 anos -0,8bps a 1,4838%

Petróleo WTI +0,9% a US$ 72,79 barril

DÓLAR rompeu a resistência e caiu abaixo de R$ 5,00 pela primeira vez desde junho de 2020, com investidores à espera das decisões de Fomc e Copom na tarde de hoje. Moeda, que vinha alternando altas e baixas desde a abertura, firmou queda no meio da manhã, com operadores citando fluxo e continuidade do otimismo com crescimento econômico, além da perspectiva de um BC mais hawkish. JUROS FUTUROS curtos têm leve baixa enquanto os contratos mais longos de DI cedem à espera das decisões dos bancos centrais.

Dólar recua pelos mesmos motivos recentes, com aumento do otimismo com crescimento, que tem impacto direto no endividamento do país e leva a um fiscal melhor, diz Valter Filho, operador de câmbio da Galapagos Capital.

Ele diz ainda que real é beneficiado pelo fator técnico, dado que os estrangeiros ainda não se posicionaram em Brasil, além de “um BC que está subindo os juros rápido”.

Baixa do dólar está ligada ainda a fluxo, em dia de decisões de Fed e Copom, diz Hideaki Iha, operador de câmbio da Fair Corretor.

Apostas majoritárias seguem em alta de 0,75pp da Selic, embora marginalmente possa ser visto movimento em 1pp.

Copom deve reforçar o compromisso com a ancoragem das expectativas e sinalizar que fará o que for preciso para conter a inflação, mas sem exagerar no aperto monetário, diz Mario Mesquita, economista-chefe do Itaú Unibanco e ex-diretor do BC.

Sinalização de normalização parcial deve ser descartada e dar lugar apenas à expressão normalização, diz Simone Pasianotto, economista da Reag Investimentos.

Copom seguinte é mais provável manter o ritmo atual com perspectiva de chegar ao final do ano entre 6% e 6,5%.

Segundo a economista, juros curtos já precificaram alta dessa e da próxima reunião e longos caem por perspectiva de aumento de 0,75pp já precificado.

BC deve elevar a Selic em 0,75 pp e sinalizar uma “normalização plena” dos juros, diz Sergio Zanini, sócio e gestor da Galapagos Capital.

Se o Copom entregar uma alta de 0,75pp e o comunicado for percebido como hawkish, o real deve ganhar apoio, diz Georgette Boele, estrategista de câmbio do ABN Amro.

“Se o Fed soar mais hawkish, o dólar vai subir. Mas este não é o nosso cenário”, diz ela, acrescentando que nível de R$ 5,00 “é difícil de quebrar”.

No exterior, dólar opera estável e yield dos Treasuries também, antes do Fomc e de fala de Jerome Powell à tarde.

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