O Copom do Banco Central anunciou nesta quarta-feira a redução da taxa básica de juros da economia brasileira em 0,75 ponto porcentual, que passou de 8,25% para 7,5% ao ano. No comunicado, a autoridade monetária retirou a menção sobre o “encerramento gradual do ciclo” de afrouxamento monetário, mas voltou a repetir que uma redução moderada na Selic à frente é adequada. Esse foi o nono corte consecutivo na Selic, que a levou ao nível mais baixo desde abril de 2013, e menor do que anterior, de um ponto-base.
No patamar de 7,5% ao ano, a taxa básica também está muito próxima da mínima histórica, de 7,25% ao ano, que vigorou entre outubro de 2012 e abril de 2013. A série histórica do Banco Central para a taxa Selic começa em 1986. O Banco Central indicou, em nota divulgada nesta quarta, que deverá reduzir novamente o ritmo de corte dos juros na próxima reunião do Copom, marcada para o início de dezembro.
“Para a próxima reunião, caso o cenário básico evolua conforme esperado, e em razão do estágio do ciclo de flexibilização, o Comitê vê, neste momento, como adequada uma redução moderada na magnitude de flexibilização monetária”, informou o BC, indicando que continuará a colocar novamente o pé no freio em dezembro.
Desde o início do mês passado, o Banco Central vinha apontando que o Copom antevia o encerramento gradual do ciclo. A REAG projeta um cenário relativamente tranquilo para inflação no ano que vem, apesar de enxergar com mais realismo o impacto da nova política de reajustes da Petrobras e o aumento da energia elétrica. Para o IPCA projetamos elevação de 3,12% em 2017 e de algo em torno de 5% no ano que vem. A expectativa da REAG é de que a Selic estabilize em 7% no fim deste ano, se mantendo neste patamar ao longo de 2018, o que seria seu menor nível histórico.
No comunicado, a autoridade monetária elevou marginalmente a projeção de inflação pelo cenário de mercado a 3,3% em 2017, ante 3,2% em sua última estimativa, feita em setembro no relatório trimestral de inflação. Para 2018 e 2019, a perspectiva foi mantida em 4,3% e 4,2%, respectivamente. A meta de inflação para este ano e o próximo é de 4,5% pelo IPCA, caindo a 4,25% em 2019, sempre com margem de tolerância de 1,5 ponto percentual.