Após apresentar a primeira deflação desde 2006, de 0,23% em junho, o IPCA de julho mudou de direção e registrou elevação de 0,24%. Os principais fatores que respondem por esse movimento foram o aumento na conta de luz e a alta dos combustíveis. Apesar da aceleração, essa foi a menor taxa para o IPCA em julho desde 2014 (0,01%). No acumulado em 12 meses, o IPCA seguiu ladeira abaixo ao marcar alta de 2,71% até julho, abaixo dos 3% acumulados nos 12 meses imediatamente anteriores. Foi a menor taxa para essa base de comparação desde fevereiro de 1999 (2,24%). O resultado colocou o indicador acumulado em 12 meses abaixo do piso da meta de inflação, de 3% neste ano – a meta é de 4,5%, com margem de 1,5 ponto percentual para mais ou para menos. No ano, a inflação oficial acumula agora alta de 1,43%, bem abaixo dos 4,96% registrados em igual período de 2016. O acumulado do ano é o menor da série desde o início do Plano Real.
O resultado veio bem acima do consenso de mercado, que na média previa aumento de 0,18% para o IPCA em julho. As projeções variavam de alta de 0,08% a 0,23%. Para agosto, a REAG estima que a inflação do IPCA deverá vir mais parrudo, podendo chegar a algo próximo de 0,8%. Isso porque o índice sofrerá impacto dos reajustes nos preços em vários itens de consumo entre o final de julho e o começo de agosto. Para o final de 2017 projetamos que a inflação oficial feche em 3,8%, devendo atingir 4,3% em 2018. O IPCA mede a inflação para as famílias com rendimentos mensais entre um e 40 salários mínimos, que vivem nas regiões metropolitanas de São Paulo, Belo Horizonte, Rio de Janeiro, Porto Alegre, Curitiba, Recife, Salvador, Fortaleza, Vitória, Belém, Brasília, e nos municípios de Goiânia e Campo Grande.