A inflação oficial ao consumidor, medida pelo IPCA, fechou o primeiro mês do ano com alta 0,38%, ante uma variação de 0,30% em dezembro, mas muito abaixo da registrada neste mesmo mês de 2016 (+1,27%), informou o IBGE nesta quarta-feira. Essa leitura veio mais fraca em relação à projeção da REAG (+0,43%) e também em relação à média do mercado (+0,42%). A taxa fechou janeiro no menor patamar para o mês desde o início da série histórica, iniciada em 1994, ano de criação do Plano Real. No acumulado dos últimos 12 meses, o índice desceu para 5,35%, ficando abaixo dos 6,29% registrados nos 12 meses imediatamente anteriores. Apesar da esperada alta na variação marginal, devidamente esperada por conta do aumento das tarifas dos ônibus urbanos, a descompressão da inflação vem sendo guiada nos últimos meses pela desaceleração nos preços de alimentos, bebidas e dos serviços.
Na opinião da REAG é grande a probabilidade de o IPCA acumulado em 12 meses ficar abaixo do centro da meta de inflação estabelecido pelo Banco Central (de +4,5%) em meados de 2017, passando a apresentar discreta aceleração nos meses finais de 2017 por conta da fraca base de comparação – o último trimestre de 2016 registrou taxas de variação bem abaixo da sazonalidade. Dessa maneira, não descartamos a possibilidade de a autoridade monetária aproveitar essa janela de oportunidade para dar mais velocidade no ciclo de flexibilização da Selic, atualmente precificado pelo mercado e esperado pela REAG em 75 pontos-base (pbs) para as próximas duas reuniões. Desse modo, há uma probabilidade não desprezível (ainda que não preponderante), em nossa avaliação, de que o Copom opte por cortar a Selic em 100 pbs na reunião agendada para os dias 21 e 22 de fevereiro, ou na seguinte, em meados de abril. Vale lembrar que, em nosso cenário base, as duas próximas reuniões trarão cortes de 75 pbs, com posterior redução deste ritmo e com a Selic encerrando 2017 em 9,50%.