A inflação medida pelo IPCA-15 registrou alta de 0,51%, resultado acima dessa leitura em março (+0,43%), segundo divulgado esta manhã pelo IBGE. Em relação a abril de 2015, entretanto, observa-se que os preços deram uma trégua, quando o indicador registrava alta de 1,07%. No acumulado dos quatro primeiros meses deste ano o IPCA-15 constatou inflação de 3,32%, corroborando com a tendência de arrefecimento nos preços, dado que em igual período de 2015 a inflação era de 4,61%. Da mesma forma, em 12 meses o IPCA-15 subiu 9,34%, inferior à taxa registrada nos 12 meses imediatamente anteriores, de 9,95%.
Mesmo com a desaceleração na comparação com abril do ano passado e nos acumulados do ano e de 12 meses, a taxa se mantém acima do teto do intervalo da meta perseguida pelo Banco Central, de 6,5%, lembrando que o indicador é uma prévia do IPCA, que baliza o sistema de metas de inflação. O que muda entre os dois índices é o período de coleta de preços e a abrangência geográfica.
Os principais grupos que contribuíram para a aceleração nos preços entre março e abril foram: Alimentação e Bebidas (frutas, pescados e alimentação fora do domicílio), Vestuário (alta sazonal) e Saúde e Cuidados Pessoais (remédios e planos de saúde). Na esteira contrária consta maior deflação do grupo Comunicação (telefonia fixa e celular), menor participação do grupo Educação e arrefecimento nos gastos com energia elétrica.
O resultado do IPCA-15 de abril nos permite esperar relativa perda de força dos preços de alimentos e bebidas no IPCA deste mês (a ser divulgado no começo de maio) basicamente por conta do alívio nos preços de legumes, carnes e cereais, assim como projetamos que o grupo Transportes continue desacelerando (automóvel usado, etanol e gasolina). Contudo, o reajuste sazonal nos preços dos remédios deverá manter a inflação oficial pressionada, como também grupo Serviços de Saúde (vacinas contra a gripe) e a alta das passagens aéreas puxarão o IPCA para cima na leitura de abril. A REAG projeta, então, que o IPCA de abril registre elevação de 0,54%, superando também o resultado de março (+0,43%).