A taxa de desemprego, medida pela PNAD do IBGE, atingiu 13% no trimestre móvel encerrado em junho, atingindo 13,5 milhões de pessoas. O número veio com significativo recuo comparativamente ao trimestre encerrado em maio, quando a taxa de desemprego estava em 13,7%. Por outro lado, o resultado ficou 1,7 ponto percentual acima da taxa registrada em junho de 2016, quando o desemprego era de 11,3%. Esse comportamento se deveu a um expressivo avanço da População Ocupada (criação líquida de postos de trabalho), sobretudo das posições Emprego no Setor Privado Sem Carteia e Empregador. Ou seja, a leitura de junho mostrou fortalecimento da ocupação no setor informal, paralelamente a uma estabilização da taxa de participação. Apesar de o avanço no setor informal ter surpreendido, avaliamos tal movimento como pontual, devendo perder força nos próximos meses.
O total de população desocupada recuou 4,9% em relação ao trimestre anterior, mas ficou 16,4% acima do contingente estimado no mesmo trimestre de 2016. A população ocupada no trimestre encerrado em junho atingiu 90,2 milhões de pessoas, um acréscimo de 1,3 milhão de pessoas na comparação com o período finalizado em março. Assim, pelo lado da ocupação, avaliamos que o contexto do mercado de trabalho ainda é de fraqueza no curto prazo, mas com perspectiva de estabilização até o fim do ano.
Apesar de positivo o recuo na desocupação em junho, os dados da PNAD mantêm firme nossa visão de recuperação lenta e gradual do mercado de trabalho, com a taxa de desemprego devendo atingir 13,1% em 2017 (média anual). Para julho, esperamos alguma elevação da taxa de desemprego, a qual deve se situar em 13,2%.