A inflação medida pelo IPCA fechou junho com alta de 0,35%, ante uma variação de 0,78% em maio, informou hoje o IBGE, com queda em sete dos nove grupos de produtos e serviços que integram o índice. É a menor taxa desde agosto de 2015 quando ficou em +0,22%. O indicador acumulado em 12 meses, por sua vez, desacelerou de 9,32% em maio para 8,84% em junho, menor resultado para um período equivalente desde maio de 2015, quando estava em 8,47%, mas ainda bem acima do teto da meta, de 6,5%.
Em junho, os únicos grupos que registraram taxas maiores foram Transportes (que saiu de uma deflação de 0,58% em maio para uma redução menor, de -0,53% em junho), e Comunicação (que passou de 0,01% para 0,04% no período).
Entre os fatores que levaram para baixo o IPCA de junho destacamos:
- menor pressão de alimentos e bebidas (deflação de tubérculos, legumes, frutas, carnes e pescados);
- perda de fôlego dos reajustes nas tarifas de água, esgoto e energia elétrica residencial;
- deflação nos preços de eletrodomésticos;
- preços menores de televisores e equipamentos de som e imagem;
- desaceleração sazonal no vestuário;
- menor força do reajuste nos preços de medicamentos;
- deflação nos gastos com recreação e
- menor impacto no aumento do preço do cigarro
Para julho a REAG projeta nova aceleração da inflação medida pelo IPCA, para +0,52%, por conta de um esperado aumento nos preços dos alimentos (feijão, batata-inglesa, tomate, aves, carnes, ovos, hortaliças leite e derivados), das passagens aéreas e dos combustíveis. A maior pressão dos alimentos no varejo deriva, em boa medida, das fortes altas de algumas culturas agropecuárias no atacado (IPA-Agropecuário da FGV), bem como de seus desdobramentos na indústria de alimentos.
A REAG mantém sua posição de que o IPCA deverá se aproximar do centro da meta, de 4,5%, somente em 2018, sem qualquer perspectiva de fechar o ano de 2016 abaixo do teto da meta (de 6,5%).