Inflação de março, medida pelo IPCA, deve desacelerar para 0,25%, ficando bem próxima da meta de 4,5% no acumulado em doze meses
O resultado do IPCA de março, a ser conhecido na sexta-feira, será o destaque da agenda de divulgação de indicadores domésticos. Para o índice, estimamos desaceleração de 0,33% para 0,25% devido à dissipação do aumento das mensalidades escolares, o barateamento dos combustíveis e à redução das contas de telefonia fixa decorrente das menores tarifas das ligações de telefone fixo para móvel. Por outro lado, a alta deve-se à elevação dos preços de alimentação ainda abaixo da sazonalidade do período. Com isso, a inflação acumulada em doze meses desacelerará entre fevereiro e março, ao passar de uma elevação de 4,76% para outra de 4,55%, bastante próxima do centro da meta do Banco Central.
Além disso, o IGP-DI de março, que será divulgado na quinta-feira, passará para o terreno deflacionário, recuando de 0,06% para –0,01%. A dinâmica deve ser liderada pelos produtos agropecuários, que teve refletir o barateamento dos grãos (Soja e Milho), do Arroz e da Mandioca. Além disso, a queda nos preços dos combustíveis e a dos alimentos industrializados, também devem contribuir para este movimento.
Em relação à atividade, após as surpresas baixistas com os resultados das vendas do varejo e das receitas de serviços em janeiro, a produção industrial (terça-feira) de fevereiro deverá mostrar desempenho positivo. Esperamos alta de 0,4% (m/m) em fevereiro. O resultado deve ser impulsionado pelo forte avanço da produção de veículos (6,5%, m/m, Anfavea). Ademais, também teremos os primeiros indicadores coincidentes de março, como (i) emplacamento de veículos da Fenabrave, na segunda-feira; (ii) produção de veículos da Anfavea e (iii) indicador de comércio do Serasa Experian, ambos na quinta-feira.
No exterior, os dados de emprego nos Estados Unidos de fevereiro, a serem divulgados na sexta-feira, deverão reforçar a percepção de que o mercado de trabalho norte-americano segue fortalecido, com salários acelerando de forma bastante gradual. O resultado não deve alterar nossa expectativa de mais duas altas da taxa de juros neste ano. Ao longo da semana, teremos as leituras finais dos índices PMI dos EUA e da Área do Euro, que deverão confirmar a tendência de crescimento das economias desenvolvidas no primeiro trimestre.