A inflação medida pelo IGP-M saltou em junho para 1,69% após registrar elevação de 0,82% no mês anterior e alta de 0,67% no mesmo mês do ano passado. Em 12 meses, a taxa cresceu praticamente um ponto porcentual, de 11,09% em maio para 12,2% este mês. Esse resultado foi puxado pelo forte aumento nos preços no atacado dos alimentos in natura e das carnes (bovina e suína), informou a FGV nesta quarta-feira. É a maior taxa do IGP-M para o mês de junho desde 2008, quando subiu 1,98%. Mesmo com o resultado ruim do IGP-M, a previsão da REAG é de que a inflação oficial, o IPCA (inflação de preços ao consumidor), não seja integralmente contaminada por conta de os preços dos alimentos no atacado terem vindo mais salgados do que o esperado pelo mercado.
Apesar de certo o repasse desse aumento nos preços dos alimentos no atacado para os consumidores, o impacto não será totalmente absorvido em função da contração da demanda, dada a recessão. A queda no consumo pressiona inquilinos e produtores a engolir o aumento nos custos e reduzir suas margens de lucro. Além disso, as cotações internacionais dos produtos agrícolas começam a apontar uma reversão. Apesar de os preços agropecuários no atacado terem acelerado desde o início de maio, com relevante pressão adicional ao longo de junho, para o próximo mês nossa expectativa é de desaceleração.
Para junho, a REAG prevê que o IGP-DI venha próximo de 1,7%, com os produtos agrícolas no atacado ainda se responsabilizando por essa puxada. Em julho nossa projeção é de que o IGP-10 fique em torno de 1,5%, com o IGP-M caindo para 1,1%. Já para o IPCA, mantemos nossa aposta de que o indicador aponte alta de 0,35% em junho e de 0,5% em julho.