O IBC-Br, conhecido com uma “prévia do PIB”, registrou baixa de 0,68% no primeiro trimestre de 2019 na comparação com o trimestre anterior (outubro a dezembro de 2018), pela série ajustada, informou hoje o Banco Central. Segundo a autoridade monetária, o índice acumulou alta de 0,23% no trimestre até março de 2019 ante o mesmo período do ano passado, pela série sem ajustes sazonais. Pela mesma série, o IBC-Br apresenta alta de 1,05% nos 12 meses encerrados em março. Em outras palavras, essa leitura do indicador, conjuntamente com a inflexão nos indicadores de confiança, corrobora nosso entendimento de que o motor da economia está sem potência para subir a ladeira do crescimento. Nesse sentido, muito provavelmente o PIB do 1º trimestre de 2019 deve vir com perda, estimada em -0,3% na comparação com o trimestre anterior.
Em março, a queda foi de 0,28% ante o mês anterior. O BC revisou o resultado de fevereiro para um recuo de 0,98%, também na série com ajuste sazonal.
Essa não é uma boa notícia para o governo de Jair Bolsonaro, uma vez que a concretização do tombo é o grande medo do governo federal, já que o presidente assumiu com seu eleitorado um pacto para conseguir recuperar a economia. Esse resultado demonstra ainda que o governo está sem norte, perdendo a confiança dos agentes econômicos.
Na ata da última reunião do Copom, divulgada ontem, o Banco Central já havia afirmado que os “indicadores disponíveis sugerem probabilidade relevante de que o PIB tenha recuado ligeiramente no primeiro trimestre do ano, na comparação com o trimestre anterior”. A previsão atual do BC para a atividade doméstica em 2019 é de avanço de 2,0%, mas é provável que essa estimativa seja revisada para baixo no próximo Relatório Trimestral de Inflação, em junho. Em audiência na Comissão Mista de Orçamento do Congresso nesta terça, o ministro da Economia, Paulo Guedes, afirmou que a projeção de crescimento “já caiu para 1,5%” e que, com isso, “começam os planejamentos de contingenciamentos”.
A expectativa do mercado para o PIB deste ano recuou pelo 11ª semana consecutiva e passou de 1,49% para 1,45%, conforme o Relatório de Mercado Focus publicado na última segunda-feira. Há quatro semanas, a estimativa de crescimento era de 1,95%. A REAG revisou, semana passada, sua projeção de PIB para 2019 em +1,6%, que estava em 2% desde o início deste ano. O resultado oficial do PIB do primeiro trimestre será divulgado pelo IBGE no próximo dia 30.
O índice de atividade passou de 137,07 pontos em fevereiro para 136,68 pontos em março na série dessazonalizada, no menor patamar para o IBC-Br com ajuste desde maio do ano passado (133,21 pontos).
O patamar de 137,90 pontos nessa base de comparação é o menor para meses de março desde 2009 (127,81 pontos).