A atividade se mantém estagnada em agosto. Esse é a “big picture” que conseguimos depurar da leitura do IBC-Br de agosto, que apresentou crescimento de apenas 0,07% em agosto passado contra julho. A prévia do PIB calculada pelo Banco Central havia encolhido na mesma comparação em julho (dado revisado de -0,07%). Apesar de o indicador do PIB ter frustrado as expectativas de crescimento em agosto (o mercado esperava na mediana 0,2%, mas veio 0,07%) o IBC-Br sugere PIB positivo no 3º trimestre. De qualquer forma, os resultados de 2019 são tímidos e mais fracos do que se esperava no início do ano. Até agosto, a atividade econômica não conseguiu engrenar. Na comparação entre os meses de agosto de 2019 e agosto de 2018, houve baixa de 0,73% na série sem ajustes sazonais. Em 12 meses, o IBC-Br cresce apenas 0,87%.
Se assumirmos que a variação de setembro contra agosto seja nula, ou seja, não cresça nem recue na margem, a variação trimestral dessazonalizada será de 0,58%, o que corresponde a uma recuperação contra o trimestre anterior fechado. E mais, apesar de o IBC-Br do 2º trimestre ter registrado queda de -0,14%, o PIB avançou. Isto mostra em alguma medida que o IBC-Br não é a melhor proxi possível do PIB, mas sugere, por outro lado, que os componentes da oferta doméstica estão reagindo à política monetária e à agenda do governo. O IBC-Br tem um cálculo mais restrito que o do PIB, estimado trimestralmente pelo IBGE.
No mês, o maior destaque foi a indústria. A produção industrial cresceu 0,8% em agosto, divulgou o IBGE. O comércio teve alta mínima, de 0,1%. Já o setor de serviços perdeu 0,2%. O IBC-Br ainda considera dados da agropecuária e do recolhimento de impostos sobre a produção. Na análise da série histórica, o indicador ainda está 7% abaixo do pico de dezembro de 2013. Desde o pior momento, em dezembro de 2016, o IBC-Br cresceu apenas 4,5%.