O banco central norte-americano (o FED) decidiu elevar a sua taxa básica de juros em 0,25 ponto percentual, para no intervalo de 0,5% a 0,75% ao ano. A decisão, unânime, veio em linha com a expectativa da REAG e com a expectativa amplamente anunciada pelos mercados. Essa foi apenas a segunda alta em dez anos – a outra foi em dezembro de 2015. A taxa – equivalente à Selic brasileira e referência para a remuneração dos títulos públicos dos EUA – passou da banda de 0,25% a 0,5% para o patamar de 0,5% a 0,75%. Em seu comunicado, o Fed sinalizou um ritmo mais acelerado de alta para 2017, fato que pode a elevar a cotação do dólar frente a moedas domésticas como o real.
Na avaliação da REAG, a decisão do FED de acelerar a alta de juros nos EUA visa se adequar ao novo governo de Trump, com uma política fiscal mais expansionista. Apesar de o ciclo de alta nos juros dos EUA já estar precificada no câmbio atual, a possibilidade de aumentar a força da subida pode impactar temporariamente o Real. Mesmo que o ciclo de alta fique mais forte, a REAG acredita que o impacto será temporário compensado pela significativa diferença entre as taxas de juros brasileira e nos EUA. Mesmo com a alta do juro americano, o diferencial de taxas em relação ao Brasil ainda é grande. O Brasil tem uma taxa básica de juros de 13,75% ao ano, patamar que o coloca na liderança do ranking mundial de juros reais (descontada a inflação), com uma taxa de 8,53% ao ano.
Continuamos a projetar apenas um aumento no juro do FED no 1º semestre de 2017. Já para o segundo semestre, apostamos que o ritmo de elevação dependerá da posição a ser adotada no governo Trump. Ou seja, as decisões dependerão do grau de expansionismo fiscal a ser adotado pelo novo presidente.