O mercado de trabalho parece dar algum sinal de vida no trimestre encerrado em julho, com uma iminente recuperação sustentada pela geração de vagas informais, além de estabilização na taxa de ocupação e um avanço pontual na criação de postos de trabalho no setor público. Assim, a taxa de desemprego caiu para 12,8% no trimestre móvel encerrado em julho, atingindo 13,3 milhões de pessoas, segundo dados da Pnad (IBGE). Além disso, a pesquisa aponta que a população ocupada avançou na comparação anual pela primeira vez em 23 meses.
Na leitura de julho, foram criados 1,439 milhão de vagas, em relação ao trimestre encerrado em abril, com a geração de apenas 54 mil vagas com carteira assinada no setor privado. Ou seja, com a estabilidade marginal no setor formal, a queda na taxa de desemprego foi consequência do aumento da população ocupada nas demais categorias, principalmente trabalhadores por conta própria.
Outra boa notícia vem da massa salarial que registrou alta de 3,1% na comparação anual, por conta principalmente da alta nos salários reais com a queda da inflação. O salário médio real subiu 0,2% ante o trimestre anterior; na comparação anual, avançou 2,6%. Isso quer dizer que a pressão de baixa nos salários reais gerada pela recessão e alta no desemprego vem sendo compensada pela pressão de alta com a queda da inflação.
Pelo lado da ocupação, ajuizamos que o cenário do mercado de trabalho ainda é de instabilidade no curto prazo, mas com perspectiva de estabilização até o fim do ano. Apesar do avanço do setor informal ter surpreendido, avaliamos que tal movimento deva perder força até o fim do ano. Em relação à força de trabalho e a taxa de participação, esperamos que esta última se mantenha próxima do patamar observado nos últimos meses.
Mantemos nossa posição de uma recuperação lenta e gradual do mercado de trabalho, a qual sustenta a projeção de avanço da taxa de desemprego em 2017 para 13,1% ante a média anual de 12,5% no ano anterior. Para agosto, esperamos manutenção da taxa de desemprego, a qual deve se situar entre 12,8% e 13%. Para 2018, nossa projeção para a taxa de desemprego foi revisada de 13,1% para 12,5%.