O desemprego ficou em 13,6% no trimestre de fevereiro a abril, atingindo 14,2 milhões de pessoas segundo dados divulgados hoje pelo IBGE. Na comparação com o trimestre terminado em março houve ligeira queda de 0,1 ponto percentual, quando a taxa ficou em 13,7%. A taxa apurada no trimestre encerrado em abril é maior 2,4 pontos porcentuais do que a registrada no mesmo período de 2016, quando ficou em 11,2%. Além disso, essa é a maior taxa de desocupação do trimestre terminado em abril desde 2012, quando foi de 7,8%. Para o período, o resultado de abril deve-se basicamente à queda na população ocupada e aumento da população desocupada.
Segundo estimativas da REAG, a desaceleração em abril, comparativamente ao mês imediatamente anterior, corresponde a um período de melhora no mercado de trabalho até dezembro deste ano quando o desemprego deverá chegar a 12,2% da força de trabalho. Mas sazonalmente, é esperado que o primeiro trimestre de 2018 apresente elevação no nível de desemprego, devendo superar os 13% em março, mas recuando em seguida até chegar a 11,2% em dezembro do ano que vem. Em outras palavras, a deterioração no mercado de trabalho é profunda e se arrastará certamente até 2019.
No trimestre encerrado em abril passado, o crescimento dos indivíduos desocupados foi de 8,7% em relação ao trimestre de novembro a janeiro e de 23,1% na comparação com o mesmo trimestre do ano anterior. Isso significa que há 1,1 milhões de pessoas na fila por emprego a mais que em janeiro e 2,6 milhões a mais que em abril do ano passado. O avanço do desemprego é acompanhado também pela queda no número de pessoas ocupadas. No trimestre terminado em abril havia 89,2 milhões de pessoas ocupadas no país, ou seja, 700 mil pessoas a menos ocupando postos de trabalho do que no trimestre terminado em janeiro e 1,4 milhões a menos que no trimestre terminado em abril do ano passado. A queda foi de, respectivamente, 0,7% e 1,5%.
O número de empregados no setor privado com carteira de trabalho assinada, estimado em 33,3 milhões de pessoas, o que representa queda de 1,7% na comparação com trimestre de novembro de 2016 a janeiro de 2017 (menos 572 mil pessoas). Frente ao trimestre de fevereiro a abril de 2016, houve queda de 3,6%, o que representou a perda de aproximadamente 1,2 milhão de pessoas nessa condição. Esse foi o menor patamar de pessoas ocupadas com carteira de trabalho assinada de toda a série histórica da pesquisa, iniciada em 2012.
De acordo com a Pnad, o rendimento médio habitualmente recebido em todos os trabalhos (R$ 2.107) ficou estável tanto em relação ao trimestre terminado em janeiro (R$ 2.095) quanto na comparação com o trimestre terminado em abril do ano passado (R$ 2.052).