A taxa de desocupação no Brasil ficou em 11,2% no trimestre encerrado em maio de 2016, com crescimento de 40,3% da população fora do mercado de trabalho ante igual período de 2015. Segundo dados divulgados hoje pela Pnad Contínua/IBGE, o exército de desempregados totaliza 11,4 milhões de pessoas, 3,3 milhões a mais do que no trimestre encerrado em maio de 2015. A REAG ainda prevê deterioração do mercado de trabalho, com o desemprego atingindo 13,8% da população ativa no trimestre encerrado março do ano que vem, quando é esperado a reversão nessa tendência. Esse cenário é reflexo de um ajuste lento e gradual do emprego caso a economia se recupere.
No curtíssimo prazo, esperamos que a taxa de desemprego atinja 11,5% no trimestre encerrado em junho, em função de um recuo ligeiramente menos pronunciado da população ocupada e continuado aumento da procura por trabalho. A contração esperada para o PIB em 2016 deve aprofundar a redução da ocupação o que nos leva a projetar um avanço da taxa média anual de desocupação de 8,5% em 2015 para 11,3% em 2016.
O emprego é o grande problema do Governo Temer e só deve começar a ter números positivos a partir de 2018, quando as empresas reiniciarem o processo de contratação, frente a sinais mais robustos de crescimento econômico. Nosso cenário prevê que somente ao final de 2018, com o realinhamento das expectativas para um ambiente mais sólido da retomada da atividade econômica, a taxa de desemprego poderá chegar mais próximo do patamar de equilíbrio de 6%. Nesse sentido, a volta dos investimentos em obras de infraestrutura, por meio principalmente de concessões e parcerias público-privadas (PPPs), é um dos caminhos mais rápidos para a criação de empregos no país.