Sem muito alarde e em linha com as expectativas da REAG, o Copom anunciou ontem à noite sua decisão pela manutenção da Selic nos atuais 14,25% ao ano, mesmo com a inflação anual acima dos 10%. Essa é a quinta reunião consecutiva em que o Comitê opta por manter inalterada a taxa básica de juros.
A decisão do Copom não nos surpreendeu, assim como a divergência, com dois votos favoráveis à elevação de 0,50 ponto porcentual, a qual traduz-se em descartar possíveis reduções das taxas de juros no curto prazo. Seis membros do Copom votaram pela manutenção da Selic, enquanto dois decidiram por uma alta para 14,75%
No entendimento da REAG, a posição do Copom sinaliza que o governo está mais preocupado com a retração da economia do que com o controle da inflação. Por acaso, o IBGE acaba de divulgar nesta manhã o retrocesso do PIB brasileiro em 2015, que recuou 3,8%.
Desde a última reunião, em janeiro, integrantes do Copom sinalizaram que a Selic não deveria voltar a subir. De acordo com suas declarações, o governo estaria apostando no atual cenário de recessão, no qual a demanda reprimida deverá conduzir os preços para baixo. A REAG destaca, contudo, ser preocupante apostar todas as fichas da política monetária nas expectativas de piora das economias brasileira e mundial para derrubar a inflação em 2016, dada as particularidades da atual economia brasileira como a indexação de preços e a expectativa de inflação ainda alta.