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COPOM: Selic vai para 4,25%, volta ao patamar pré-pandemia e Copom promete nova alta de 0,75 p.p. na reunião de agosto

O Comitê de Política Monetária (Copom) do Banco Central do Brasil decidiu elevar a taxa básica de juros em 0,75 ponto porcentual (p.p.), de 3,5% ao ano (a.a.) para 4,25% a.a., conforme havia antecipado na reunião passada. Essa foi a terceira alta consecutiva, todas de 0,75 p.p., trazendo a Selic para o patamar pré-pandemia. Em fevereiro e março de 2020, a Selic constava de 4,25% a.a..

Ante às leituras recentes que mostram atividade mais fortalecida e a inflação mais longe da meta, os membros do Copom optaram por descartar a “parcialidade” da sua sinalização de normalização, com o termo “normalização parcial” dando lugar apenas à expressão normalização, sem qualificação.

“Neste momento, o cenário básico do Copom indica ser apropriada a normalização da taxa de juros para patamar considerado neutro. Esse ajuste é necessário para mitigar a disseminação dos atuais choques temporários sobre a inflação. O Comitê enfatiza, novamente, que não há compromisso com essa posição e que os passos futuros da política monetária poderão ser ajustados para assegurar o cumprimento da meta de inflação”, conforme consta no comunicado divulgado após divulgação da decisão do Copom, fechando a “Super-Quarta”.

De acordo com o comunicado, o Copom sinaliza uma nova alta na taxa básica de juros de 0,75 p.p. para a próxima reunião, mas ressalvou que poderá apertar o passo do ajuste caso seja necessário. O Copom realiza a sua próxima reunião nos dias 3 e 4 de agosto.

“Para a próxima reunião, o Comitê antevê a continuação do processo de normalização monetária com outro ajuste de mesma magnitude”, consta no comunicado. “Contudo, uma deterioração das expectativas de inflação para o horizonte relevante pode exigir uma redução mais tempestiva dos estímulos monetários”.

 Quanto à indicação sobre a reunião seguinte, o mais provável parece ser manter o ritmo atual. Há um debate, legítimo, se a autoridade monetária brasileira deveria fornecer esses dois guidances – de curto prazo (próxima reunião) e de médio prazo (final do ciclo) – frente ao cenário de incerteza acima da usual que atravessamos. Há dúvidas sobre o tamanho do hiato, por exemplo, mas também sobre a trajetória do câmbio, efeito da reabertura sobre a inflação de serviços etc. De todo modo, ainda parece que ambos os guidances permanecerão presentes, pelo menos na próxima reunião.

Apesar de a evolução econômica ser melhor que a prevista, os dados da indústria, do varejo e do mercado de trabalho mostram uma economia ainda emperrada, sem a energia observada na recuperação ocorrida na virada do ano de 2020 para 2021.

A REAG avalia que o aumento da taxa continuará neste ano. A previsão é que a Selic termine 2021 em 6,25% ao ano, segundo pesquisa do Banco Central com mais de 100 instituições financeiras. A REAG projeta que a normalização da taxa levará a Selic a 6,5% no final deste ano, podendo chegar a 7% no ano que vem. Lembrando que a inflação registrada em maio foi a maior em 25 anos, o Copom afirmou em seu comunicado que a pressão inflacionária está maior que o esperado, sobretudo em relação aos bens industriais, e que o risco contribui para manter a inflação elevada no curto prazo. Para o IPCA, a REAG projeta que o índice encerre 2021 em 6,10%, devendo recuar para 3,9% ao final de 2022.

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