O Copom manteve o ritmo de corte de juros e baixou a taxa Selic em 100 basis points (bps) nesta quarta-feira, de 10,25% para 9,25% ao ano. Essa era a expectativa da REAG e da maior parte dos analistas do mercado financeiro. A decisão, por unanimidade e sem viés, foi o sétimo corte seguido na taxa básica de juros da economia e o terceiro no patamar de um ponto percentual, levando a taxa novamente ao patamar de um dígito, ou seja, abaixo de 10% ao ano, algo que não acontece desde 2013. Esperamos que a taxa básica de juros continue a recuar nos próximos meses, devendo chegar a 8% ao ano no final de 2017 e permanecendo nesse patamar até 2021.
Lembramos, contudo, que a manutenção do patamar de cortes não era a aposta na época da última reunião, quando o Copom apontou que seria adequada “uma redução moderada do ritmo de flexibilização monetária” frente à turbulência gerada pela delação do dono da JBS e a menor probabilidade de aprovação de reformas estruturais. Contudo, desde então a reforma trabalhista foi aprovada, o país continuou recebendo recursos externos e o dólar, que poderia pressionar os preços, se manteve levemente acima do seu nível antes da divulgação do áudio entre Joesley Batista e o presidente Michel Temer. Paralelamente, os números de da atividade econômica seguem fracos e a inflação permanece descomprimida, apesar do aumento da tributação sobre os combustíveis que deverá elevar o IPCA em até 0,5 ponto percentual neste ano. Destacamos, contudo, que esse aumento da inflação será transitório e não deverá se refletir em toda cadeia de produtos e serviços da economia.
A ata do Copom será divulgada na próxima terça-feira, dia 1º de agosto, e a próxima reunião está marcada para os dias 05 e 06 de setembro.