O Copom decidiu elevar a taxa básica de juros em 0,75 ponto percentual, a primeira alta desde 2015, segundo anúncio no início da noite desta quarta-feira (17 de março de 2021). Assim, a Selic passou do seu piso histórico de 2% (nesse patamar desde agosto do ano passado) para 2,75% ao ano. Em decisão unânime, o anúncio surpreendeu o consenso de mercado, que esperava alta de 2,5%. Do comunicado, a REAG entende que a autoridade monetária deverá elevar a Selic em mais 0,75 ponto porcentual já na próxima reunião (em maio). Com o anúncio, revisamos nossa projeção para a Selic ao final de 2021, de 5% para 5,5% a.a..
O aumento dos juros está relacionado à disparada da inflação de alimentos, combustíveis e dólar, somada a um cenário de tensão política, fraco ritmo de vacinação e a dificuldades em conter o aumento de gastos públicos. No comunicado, o Copom afirma que, apesar da pressão inflacionária de curto prazo se revelar mais “forte e persistente” que o esperado, o comitê mantém o diagnóstico de que “os choques atuais são temporários”. Mais cedo, o Ministério da Economia elevou a projeção de inflação para 2021, passando de 3,23% para 4,4%. A REAG ainda mantém sua expectativa de inflação e, 5,20%, acima da meta central deste ano, de 3,75%.
Em comunicado, o BC avisou que, exceto por “uma mudança significativa nas projeções de inflação ou no balanço de riscos, o Comitê antevê a continuação do processo de normalização parcial do estímulo monetário com outro ajuste da mesma magnitude”. A última vez em que a Selic havia sido puxada para cima foi em 2015, quase seis anos atrás, aos 14,25% ao ano. Passou a cair a partir de 2016, com alguns intervalos de pausa, até os 2% ao ano agora abandonados.