Dando continuidade à política de afrouxamento monetário do Banco Central, o Copom anunciou no final da tarde desta quarta-feira (6 de setembro) um corte de 100 basis points (bps) na Selic, que foi de 9,25% para 8,25% ao ano, em decisão unânime. Foi o oitavo corte consecutivo da taxa básica de juros e o quarto no ritmo de 100 bps. Com a redução de hoje, a Selic chega ao menor nível desde outubro de 2013, quando estava em 9% ao ano. De outubro de 2012 a abril de 2013, a taxa foi mantida em 7,25% ao ano, no menor nível da história, e passou a ser reajustada gradualmente até alcançar 14,25% ao ano em julho de 2015. Somente em outubro do ano passado, o Copom voltou a reduzir os juros básicos da economia. A decisão já era esperada pelo mercado e veio em linha com o cenário da REAG, reiterado hoje pela divulgação do IPCA de agosto (+0,19%).
A conjuntura econômica que tem permitido a equipe econômica se manter firme e forte no afrouxamento da política monetária deve se perpetuar até o final deste ano, com a inflação em forte descompressão e sinais mais consistentes de uma retomada do crescimento econômico, mesmo que lento e gradual. Nos 12 meses encerrados em agosto, o IPCA acumula 2,46%, a menor taxa em 12 meses desde fevereiro de 1999. Até agosto do ano passado, o impacto de preços administrados, como a elevação de tarifas públicas; e o de alimentos como feijão e leite contribuiu para a manutenção dos índices de preços em níveis altos. De lá para cá, no entanto, a inflação começou a cair por causa da recessão econômica e da queda do dólar.
Até o ano passado, o Conselho Monetário Nacional (CMN) estabelecia meta de inflação de 4,5%, com margem de tolerância de 2 pontos para cima ou para baixo, podendo chegar a 6,5%. Para este ano, o CMN reduziu a margem de tolerância para 1,5 ponto percentual. A inflação, portanto, não poderá superar 6% neste ano nem ficar abaixo de 3%. A ata do Copom será divulgada na próxima terça-feira, dia 12 de setembro, e a próxima reunião está marcada para os dias 24 e 25 de outubro. A REAG trabalha com a perspectiva de um corte de 50 bps no próximo encontro e 25 bps na última reunião, em dezembro, levando a Selic a fechar o ano em 7,5%.