A condenação por corrupção e lavagem de dinheiro do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, decretada hoje pelo juiz federal Sérgio Moro (Operação Lava Jato), é vista positivamente pelo mercado e pode indicar a ventilação de novos ares para a recuperação econômica. A decisão chacoalhou o mercado, já anestesiado pelas inúmeras e rotineiras denúncias, puxando o Ibovespa para cima e o dólar para baixo. Isso porque a condenação, que inclui a interdição por de Lula para o exercício de cargos ou funções públicas, é traduzida pelos agentes econômicos como menor a probabilidade de Lula se candidatar à Presidência em 2018. Ou seja, a volta do ex-presidente ao Planalto é interpretada pelos tomadores de decisão como o retorno das políticas econômicas que aniquilaram os pilares da política fiscal e que mergulharam o país na mais profunda e longa recessão de sua história.
Moro condenou o ex-presidente a nove anos e seis meses de prisão no processo relacionado ao caso tríplex no Guarujá (SP) e suposto recebimento de R$ 3,7 milhões de propinas da construtora OAS. O juiz federal decidiu também não solicitar a prisão de Lula, alegando “prudência” e a necessidade de se evitar “certos traumas”. Esse fato, coadjuvante à aprovação da Reforma Trabalhista pelo Senado, ontem à noite, pode incitar a ventilação de bons ares sobre a confiança dos investidores e empresários, até então esfumaçada pelas constantes denúncias envolvendo parlamentares e o próprio presidente da República Michel Temer, que corre o risco de não terminar seu mandato em função da denúncia por corrupção passiva. O mercado continuava apostando que, com ou sem o presidente, a agenda de reformas deverá prosseguir, uma vez que a atual equipe econômica poderia continuar mesmo com outro assumindo a Presidência do país. O placar de aprovação da trabalhista foi folgado e, embora seja um termômetro pequeno para a aprovação de outras reformas, deu um tímido, mas positivo recado ao mercado.
Apesar da mexida no mercado nesta tarde, no que diz respeito ao Poder Judiciário brasileiro ainda não é possível afirmar assertivamente que Lula é carta fora do baralho na eleição presidencial de 2018. Muito menos é factível falar que a economia real reagirá positivamente à decisão de Moro. Aguardemos os próximos capítulos.
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