Após decepcionar em maio, o comércio varejista voltou a surpreender em junho, mas dessa vez positivamente, com alta marginal de 1,2% no volume de vendas pelo conceito restrito (ante maio, descontado os efeitos sazonais) e uma na margem de 2,5% no varejo ampliado (que inclui os setores automotivo e de materiais para construção). Na comparação interanual (frente a junho do ano anterior), o setor no âmbito restrito teve expansão de 3,0% em junho, o terceiro resultado positivo consecutivo nessa base de comparação e mais intenso que em maio (2,6%) e abril (1,7%), interrompendo 24 meses seguidos de queda. No varejo ampliado, o avanço interanual foi de 4,4%. Na nossa avaliação já é possível considerar uma tendência de retomada do ânimo no comércio.
O resultado benigno se deve a uma combinação de basicamente dois fatores: a acanhada recuperação no mercado de trabalho e a melhora nas condições de crédito para a aquisição de bens duráveis (dados do Banco Central mostram uma redução de 12,9% no custo médio do crédito às famílias). Contribuíram também, mas de forma coadjuvante, as datas festivas de junho e a demanda reprimida.
Em contrapartida às boas novas, lembramos, contudo, que o volume total do varejo ainda está 8,4% abaixo do nível recorde alcançado em novembro de 2014. Neste contexto, mantemos em +2,2% nossa projeção para o volume de vendas restrito em 2017 e +2,5% no conceito ampliado. Para 2018, esperamos uma alta de aproximadamente 2,5% no restrito (com viés de alta) e 3,5% no varejo que inclui os setores automotivo e de materiais para construção.