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Cético, Copom arrasta corte da Selic para o final do ano, com desaceleração da inflação 'aquém da almejada' e ajustes fiscais ainda incertos

A ata do Copom, divulgada esta manhã, reconhece que “a desinflação em curso tem procedido em velocidade aquém da almejada”, alerta para o risco inercial da alta dos preços por período prolongado e mostra-se cético quanto à efetividade do ajuste fiscal sobre o controle de preços. Para o Copom, “uma maior persistência inflacionária requer uma persistência maior da política monetária”, o que sustenta sua decisão de manter a taxa básica de juros em 14,25% ao ano, o maior patamar em dez anos. Após leitura da Ata e frente à postura “hawkish” do Banco Central de atingir a meta central de inflação de 4,5% em 2017, a REAG reitera sua posição de que o início do ciclo de corte na Selic ocorrerá somente após outubro deste ano.

 

Apesar de a Ata apontar perceptível melhora do cenário macroeconômico por meio de indicadores antecedentes e prospectivos da atividade econômica, assim como também destacar progressos no controle de preços, o Copom alerta para existência de “riscos de curto prazo para a inflação no Brasil”, com destaque para o efeito inercial em período prolongados de alta nos preços. O documento destaca ainda que a continuidade dos esforços para aprovação e implementação dos ajustes na economia, notadamente no que diz respeito a reformas fiscais, é fundamental para reduzir o custo do processo de desinflação.

 

A despeito do ajuste fiscal, observa-se que no texto foram suprimidas as informações referentes aos parâmetros de déficit e superávit primário contidos na Lei de Diretrizes Orçamentárias (LDO), como costumava trazer. No Relatório Trimestral de Inflação (RTI) de junho, a instituição considerava como indicador fiscal o resultado primário estrutural um déficit primário de 2,6% do PIB para este ano. Em outras palavras, não houve consenso entre os membros do Copom sobre a velocidade dos ajustes fiscais, com o colegiado do Banco Central alertando que “o ajuste das contas públicas pode envolver medidas com impactos diretos desfavoráveis sobre a inflação, e que esse é um risco a ser monitorado”.

copom julho 2016 grafico

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