O IBC-Br (Índice de Atividade Econômica do Banco Central), avaliação mensal do PIB feita pela autoridade monetária, registrou perda de 0,5% em dezembro, a décima queda mensal consecutiva do indicador conforme divulgado nesta quinta-feira. O resultado ficou próximo da projeção da REAG, mas acima da mediana das expectativas do mercado, que apontavam baixas de 0,4% e 0,7%, respectivamente. Assim, o IBC-Br, considerado uma “prévia” do PIB, fechou 2015 com queda de 4,08%, pela série sem ajuste, e recuo de 4,11% considerando diferenças sazonais. Ou seja, o indicador registrou em 2015 a maior queda anual da sua série histórica , que começa em 2003. Por outro lado, se o número for confirmado pelo órgão que calcula o PIB oficial, o IBGE, 2015 terá a pior recessão em 25 anos, desde 1990, quando a contração foi de 4,35%.
O IBC-Br é visto pelo mercado como uma antecipação do resultado do PIB e serve de base para os agentes econômicos balizarem suas tomadas de decisão no curto prazo. Vale ressaltar, contudo, que não necessariamente o IBC reflete o resultado do PIB. O PIB oficial será divulgado no dia 3 de março pelo IBGE. De qualquer forma, os dados do IBC reforçam a expectativa da REAG de retração de cerca de 1,6% do PIB no último trimestre de 2015, acumulando perda de 4% em 2015.
Frente ao atoleiro do ano passado, o cenário de recessão se perpetuará em 2016, em meio às incertezas fiscais e políticas; ao crescente aumento da taxa de desemprego; às baixas dos indicadores de confiança; aos ainda elevados patamares dos índices de preço, ao crédito escasso e aos juros nas alturas. Além disso, praticamente todos os setores da economia, à exceção das exportações de commodities agrícolas, vêm registrando sucessivos resultados negativos.
A expectativa da REAG é de retração de pelo menos 3% em 2016, com pequena probabilidade de crescimento ou estagnação em 2017. Nesta quinta, a OCDE divulgou previsão de queda de 4% da economia brasileira neste ano e de estagnação em 2017. O FMI anunciou em janeiro que espera uma contração de 3,5% para o PIB brasileiro em 2016 e estagnação no ano seguinte.
Compartilhe este post