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Banco Central não descarta novo corte de juros

O tom da Ata do Copom, considerada “dovish” (suave) pela REAG, não descarta a possibilidade de haver mais um corte da taxa Selic na reunião de março. Isso posto, uma vez que a sinalização de que o ciclo de cortes na taxa Selic pode ser interrompido na próxima reunião do Copom não foi uma unanimidade entre os membros do colegiado, segundo revelou a ata do encontro da semana passada. Na ocasião, a autoridade monetária desacelerou o passo e cortou a taxa básica de juros em 0,25 ponto percentual, ao novo patamar recorde de 6,75% ao ano. Segundo o comunicado divulgado com a nova taxa, o patamar foi definido graças à melhor recuperação da atividade econômica doméstica.

A ata deixou evidente a divergência entre os membros do Copom. No parágrafo 23, em que aborda a comunicação sobre o próximo encontro do colegiado, marcado para março, o documento informa que “alguns membros manifestaram preferência por elevado grau de liberdade, favorecendo comunicação mais simétrica sobre o próximo passo, enquanto outros propuseram sinalizar mais fortemente a possível interrupção do ciclo de flexibilização monetária e manter liberdade de ação, mas em menor grau”.

Dentro do Copom, há um grupo que defende a manutenção da manter a Selic em 6,75% ao ano em março ou para cortar a taxa em mais 0,25 ponto porcentual, dando pesos iguais para cada uma dessas possibilidades (“comunicação mais simétrica”). O outro grupo, contudo, defende uma sinalização mais forte sobre a tendência de manutenção da Selic em 6,75% em março, mantendo, em “menor grau”, a liberdade para cortar mais 0,25 ponto.

O sumário das discussões dentro do Copom, entretanto, foi a indicação de que a interrupção do ciclo de cortes parece o mais adequado, embora essa visão possa ser alterada caso haja mudanças no cenário. Na nossa avaliação, o tom da ata do Copom da reunião de fevereiro veio mais inclinada à manutenção no atual patamar de 6,75%, mas não descartamos a possiblidade de uma nova redução de 0,25 ponto porcentual no encontro do mês que vem, elevando a probabilidade de ter um corte adicional em março. Semana passada, quando da divulgação do corte na Selic, a REAG estava bastante convicta de que o ciclo de flexibilização tinha parado em fevereiro, mas agora, apesar mantermos essa posição, não descartamos a possibilidade de novo corte. Acreditamos que um novo corte estará estritamente correlacionado a alguma uma forte surpresa para baixo na inflação ou uma improvável aprovação da reforma da Previdência neste mês.

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