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Ata sinaliza cortes adicionais na Selic, mas sai pela tangente sobre risco de War Trade

A ata da última reunião do Copom, divulgada nesta terça-feira, voltou a sinalizar a intenção de o Banco Central manter o ciclo de afrouxamento da política monetária, com perspectiva de cortes adicionais da Selic (a taxa básica de juros) nos próximos meses. De acordo com o documento, “a consolidação do cenário benigno para a inflação prospectiva deverá permitir ajuste adicional no grau de estímulo (monetário)”. Destacamos, contudo, que o texto se isentou de fazer uma abordagem mais adequada acerca da deterioração do cenário externo. Apesar de ser fato que a turbulência internacional é um fato novo no balanço de riscos, a REAG não acredita que a autoridade monetária recue na sua intenção de relaxamento do juro. As tensões comerciais entre EUA e China podem evoluir para uma guerra cambial, a depender da reação de Trump, que, por enquanto, limitou-se a ataques retóricos, acusando Pequim de manipulação de sua moeda.

Na semana passada, por unanimidade, os membros do Copom decidiram pela redução da Selic de 6,5% para 6,0% ao ano. Com isso, o colegiado interrompeu uma sequência de dez reuniões consecutivas sem alterações na taxa básica. Na ata do encontro, o Banco Central também repetiu uma ideia contida no comunicado da semana passada: a de que “a evolução do cenário básico e, em especial, do balanço de riscos prescreve ajuste no grau de estímulo monetário, com redução da taxa Selic em 0,50 ponto percentual”. No documento, o Banco central enfatizou que, apesar da avaliação de que a taxa poderá cair ainda mais, “os próximos passos da política monetária continuarão dependendo da evolução da atividade econômica, do balanço de riscos e das projeções e expectativas de inflação”. Na prática, o recado é de que o Copom tomará sua decisão sobre juros apenas no momento da próxima reunião, marcada para meados de setembro.

A ata indicou também que a projeção para o IPCA de 2019 no cenário de referência está em 3,6%. A projeção para 2020 também é de 3,7%. Estes também são os mesmos valores citados no comunicado que acompanhou a decisão do colegiado, na semana passada. O centro da meta de inflação perseguida pela instituição este ano é de 4,25%, com margem de tolerância de 1,5 ponto porcentual (inflação entre 2,75% e 5,75%). No caso de 2020, a meta é de 4%, com margem de 1,5 ponto (taxa de 2,5% a 5,5%). Já a meta para 2021 é de 3,75%, com margem de 1,5 ponto (de 2,25% a 5,25%). Para 2022, a meta é de 3,50%, com margem de 1,5 ponto (de 2,00% a 5,00%).

A REAG projeta que, após a reunião que cortou a Selic em meio ponto e sinalizou para um ajuste total de 100 pontos, a Selic deve fechar o ano em pelo menos 5,5%.

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