Espremido entre recessão econômica e a inflação sob pressão, o Banco Central mostra-se de mãos atadas na condução da política monetária, se restringindo a aguardar que resultados positivos nas contas do Tesouro ajudem a economia a sair do buraco. Em outras palavras, o BC reitera a necessidade de o governo ser persistente no ajuste fiscal, conforme leitura da REAG da ata do Copom, divulgada hoje. No documento, o BC justifica o que levou o Copom a decidir pela manutenção da Selic em 14,25% ao ano e quais são suas intenções daqui para a frente.
“Ressalte-se a importância de se perseverar na promoção de reformas estruturais de forma a assegurar a consolidação fiscal em prazos mais longos. ” Ou seja, dado o fato de a política monetária estar paralisada entre a inflação e a recessão, o BC não tem muito mais espaço de manobra para agir e assim, somente pode aguardar de braços cruzados as reformas que prometem diminuir o enorme rombo entre gastos e despesas das contas públicas.
O documento deixa claro que o Copom está ciente de que o governo não cumprirá a meta de inflação neste ano e muito provavelmente também não cumprirá a meta em 2017. Além disso, no documento o BC assume que a recessão econômica que assola o país veio mais forte do que o governo esperava. “Até o início de janeiro, o BC indicava uma alta de juros para evitar que a inflação ultrapasse neste ano o teto de 6,5%. Subitamente, mudou de ideia, suscitando a interpretação de que havia sucumbido a pressões políticas”.
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