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Apesar de a queda de 0,9% nas vendas do varejo em outubro ser a maior baixa para o mês desde 2008, setor se mantém em passo de recuperação

O volume de vendas no varejo restrito (que exclui os setores automotivo e de material para construção) recuaram 0,9% em outubro na comparação com setembro (ante +0,3% entre agosto e setembro) e uma queda de 1,4% no ampliado (após +0,7% em setembro), segundo divulgou hoje o IBGE. Essa é a maior baixa para o mês desde 2008 por esse tipo de comparação. Apesar da queda sobre o mês anterior, a leitura de outubro para o conceito restrito foi 2,5% maior do que o mesmo período do ano passado e o comércio acumula alta de 1,4% nos 10 primeiros meses do ano. Também, em 12 meses, houve avanço de 0,3%, a primeira alta nesse tipo de comparação desde abril de 2015.

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Em relação a setembro, houve queda em cinco das oito atividades pesquisadas. As principais baixas aconteceram em artigos de uso pessoal e doméstico (-3,5%), tecidos, vestuário e calçados (-2,7%) e móveis e eletrodomésticos (-2,3%). Na outra ponta, cresceram as vendas de equipamentos e material para escritório, informática e comunicação (3,4%) e combustíveis e lubrificantes, além de livros, jornais, revistas e papelaria, ambos com variação de 2,4%. No varejo ampliado houve queda de 1,4% sobre setembro. O recuo é resultado da baixa em veículos, motos, partes e peças (-1,9%) e material de construção (-1,0%).

O resultado mais fraco em outubro se mostra bastante aderente aos fundamentos econômicos: i) fim dos impactos benignos da liberação de recursos do FGTS, que garantiram expansão dos segmentos mais sensíveis ao crédito por quase um semestre; ii) alta nos preços da alimentação no domicílio; iii) piora no índice de confiança do consumidor; iv). estabilidade dos ganhos reais da renda do trabalhador.

Nossa perspectiva para o varejo no último bimestre do ano segue positiva, diante da trajetória de recuperação do mercado de trabalho, da descompressão do nível de preços em novembro e das condições mais amenas à tomada de crédito. Apesar da recuada marginal e outubro, após mais de dois anos de recessão, entendemos que o varejo brasileiro finalmente retomou sua trajetória de crescimento. Contudo, é relevante a ressalva de que a base de comparação, o deprimido ano de 2016, bastante abaixo das medianas históricas, o que de certa forma relativiza os números atuais. Apesar da surpresa negativa, nosso cenário para o varejo em 2017 permanece inalterado: apostamos em alta de 2,6% e de 4,3% para o restrito e ampliado respectivamente. Para 2018, nosso cenário contempla uma alta de 3,2% para o varejo restrito e variação de +4,7% para a leitura do ampliado.

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