Michel Temer, ao assumir a Presidência da República por conta do impeachment da presidente Dilma Rousseff, tem como primeira e árdua missão na agenda econômica restabelecer a confiança e agir com pragmatismo para ajustar as contas públicas. Na avaliação da REAG Investimentos, a retomada do crescimento econômico brasileiro depende basicamente de um ajuste fiscal prático e realista, principalmente no que diz respeito à necessidade da redução de despesas.
Se o primeiro grande desafio de Temer é tapar o buraco nas contas público, o segundo grande desafio econômico será voltar a atrair o investimento para o país, principalmente no setor de infraestrutura. Tal tarefa demandará forte dedicação e articulação para que concessões e parcerias público-privadas estejam no centro da agenda econômica, uma vez que o antigo modelo de financiamento público está falido e muitas empresas estão descapitalizadas por conta da recessão econômica e das ações da Lava Jato.
Na opinião da REAG, a perspectiva conjuntural futura de curto prazo mostra-se favorável ao governo Temer, com as expectativas moderadamente otimistas nos mercados financeiros, bolsa, dólar e juros; além de a classe empresarial mais confiante com as possibilidades de mudanças. Concomitantemente, a inflação tem mostrado sinais de arrefecimento e o Banco Central deve começar em breve o afrouxamento da política monetária, com cortes na Selic.
Apesar desses vetores econômicos a favor de Temer, nada assegura a sua perpetuação nos médio e longo prazos.