Esperamos nova redução de 0,50 p.p. da Selic, para 13,25%
A reunião do COPOM será o destaque da agenda econômica nesta semana, cuja decisão será conhecida na quarta-feira. Acreditamos que o Banco Central manterá o ritmo de flexibilização das condições monetárias, cortando a Selic em 50 pontos base, ou seja, reduzindo a taxa anual dos atuais 13,75% para 13,25%. Nossa aposta acompanha o consenso de mercado baseada na melhora das expectativas de inflação e na expectativa de recuperação mais gradual da economia em 2017. Contudo, não descartamos a possibilidade de a autoridade monetária adotar uma medida mais agressiva e política, realizando um corte de 75 pontos base, em função do resultado frustrante da produção industrial em novembro, da perspectiva de manutenção da postura gradualista do Fed, da crise fiscal dos estados e municípios cujos impactos deflacionários são pouco desconhecidos, além das condições apertadas do crédito.
Também na quarta-feira, o IBGE divulgará o resultado do IPCA de dezembro, para o qual projetamos aceleração de 0,18% para 0,31%. O destaque será a alta do grupo Transportes (1,23%) em razão do aumento no preço dos combustíveis e da alta das passagens aéreas. Os alimentos terão deflação moderada. Com isso, o IPCA acumulado em 2016 encerrará o ano em 6,30%, abaixo do teto da meta. Apesar da aceleração em relação a novembro, essa elevação continuará muito abaixo da sazonalidade do período.
Ao longo da semana, também serão divulgados indicadores de atividade referentes a novembro, que deverão reforçar nossa expectativa de contração de 0,9% do PIB no quarto trimestre. Na terça-feira, teremos a Pesquisa Mensal do Comércio (PMC), enquanto na quinta-feira e na sexta-feira conheceremos os resultados da Pesquisa Mensal de Serviços (PMS) e do IBC-Br, respectivamente.
No exterior, após a divulgação dos dados do mercado de trabalho norte-americano de dezembro que ocorreu na semana passada, o resultado das vendas do varejo dos EUA de dezembro (sexta-feira) deverá reforçar nossa expectativa de continuidade do desempenho positivo do consumo das famílias. Merecem destaque as divulgações dos dados de atividade, balança comercial e inflação da China que ocorrerão durante a semana, e que deverão mostrar que o crescimento da economia do país seguiu sustentado no quarto trimestre do ano passado. Por fim, o USDA divulgará seu relatório mensal da produção mundial de grãos, na quinta-feira.
