Agenda Econômica Semanal
8 a 14 de agosto 2016
Divulgação do IPCA de julho é o destaque da agenda doméstica
Agenda Doméstica: a divulgação do resultado do IPCA de julho (quarta-feira) será o destaque da agenda de divulgação de indicadores domésticos da semana. Nossa expectativa é de que o IPCA de julho deva acelerar de 0,35% para 0,46%, refletindo a alta da Passagem aérea e os efeitos prejudiciais do El Niño na produção do Feijão, Arroz e derivados do leite. Ainda que o resultado marque uma aceleração do índice ante junho, esperamos elevação menos intensa que a verificada no IPCA-15 do mês passado. Esse alívio, por sua vez, será resultante da menor pressão vinda dos preços de alimentos, reforçando, assim, nossa expectativa de desaceleração da inflação no segundo semestre. O IGP-DI, divulgado nesta manhã pela FGV, registrou deflação em julho. De uma alta de 1,63%, o indicador registrou uma queda de 0,39%. A boa safra dos EUA barateando os grãos (Milho e Soja), e, consequentemente, os industrializados justificam o movimento. O IGP-DI é usado como referência para a correção de preços e valores contratuais. Esse indicado é o indexador das dívidas dos Estados com a União.
Em relação à atividade, as vendas do varejo, a pesquisa mensal de serviços e o IBC-Br serão os destaques nesta semana. Apesar do crescimento da produção industrial de junho ter sinalizado expansão do PIB da indústria no segundo trimestre deste ano, os dados da atividade varejista e do setor de serviços referentes a junho devem apontar para continuidade do fraco consumo das famílias no trimestre passado, puxando para baixo o resultado agregado do PIB. Na terça-feira, o IBGE divulgará a Pesquisa Mensal do Comércio (PMC), para a qual projetamos queda de 0,3% (m/m) em junho, em função do impacto do ajuste sazonal. No conceito ampliado, as vendas devem a mostrar recuo de 0,7% (m/m), em razão da fraqueza nas vendas de veículos (Anfavea: -1,7%, m/m; Fenabrave: -1,8%, m/m). Sobre o setor serviços, projetamos contração de 0,7% (m/m) em junho devido ao fraco desempenho projetado para o varejo ampliado, com queda esperada de 0,3% do varejo restrito na margem, enquanto na quinta-feira, teremos a Pesquisa Mensal de Serviços (PMS).
Em relação ao IBC-Br de junho, proxy mensal do PIB, esperamos alta de 0,2% da atividade econômica em relação a maio, impulsionado pelo crescimento de 1,1% (m/m) da produção industrial e pela melhora expressiva das expectativas dos empresários do setor de serviços. No mesmo dia, a CNI divulgará o Índice de Confiança do Empresariado Industrial (ICEI), o primeiro indicador de confiança da indústria referente a agosto. Indicadores coincidentes da produção industrial de julho, como o de fluxo de veículos nas estradas da ABCR (quarta) e a expedição de papel ondulado da ABPO, ainda sem data definida, sairão no decorrer da semana.
Agenda Internacional: após a surpresa positiva com os dados de criação de postos de trabalho na economia norte-americana em julho, conheceremos o resultado das vendas do varejo nos EUA do mesmo período na sexta-feira. Merece destaque o grande número de indicadores da economia chinesa referentes a julho, que tendem a mostrar certa estabilidade do crescimento: (i) na segunda-feira, teremos os resultados de inflação ao consumidor e ao produtor e do saldo da balança comercial, e (ii) na quinta-feira, os dados de produção industrial, investimentos em ativos fixos e vendas no varejo. Além disso, a segunda leitura do PIB da Área do Euro do segundo trimestre será divulgada na sexta-feira.
