PIB do 1T21 será o grande centro das atenções na agenda local
O principal destaque desta semana na agenda doméstica é a divulgação pelo IBGE do resultado do PIB do 1º trimestre de 2021 (terça-feira). A leitura referente ao 1T21 deve confirmar a tese de resiliência da economia brasileira, a despeito da redução dos estímulos fiscais e de novas restrições à mobilidade implementadas como resposta ao agravamento da pandemia. A mediana do consenso do mercado é de alta de 0,7% na margem e de 0,5% ante o 1º trimestre de 2020, embora com uma dispersão bastante elevada. Tais projeções contrastam com as expectativas iniciais de retração da atividade no período, por conta do fim do auxílio emergencial e da 2ª onda da pandemia. Contudo, a economia mostrou maior resiliência, amparada pela retomada da atividade mundial e elevação dos preços das commodities, e um menor impacto do recrudescimento da pandemia, com provável adaptação dos agentes às atuais condições. Vale citar que algumas divulgações preliminares, como o IBC-Br/BCB (+2,3%) e o monitor do PIB/FGV (+1,7%) indicaram crescimento superior no trimestre. Caso o número oficial supere as expectativas, deve reforçar o viés de alta das projeções para o crescimento deste ano, indo além de 4,0% e podendo chegar até 5,0%, como já indicam algumas casas.
Na quarta-feira o IBGE divulga o resultado da produção industrial de abril, que deve apresentar ligeira queda, de 0,3% no mês, ainda influenciada pelas restrições à mobilidade vigentes até meados do mês. Além da piora da pandemia, a escassez e elevação dos preços dos insumos também tem prejudicado o setor. Outro indicador que também será conhecido na quarta-feira são os emplacamentos de veículos referentes ao mês de maio, que deve manter a recuperação observação em abril, com a reabertura das concessionárias e o aumento da confiança dos consumidores.
Ao longo da semana, a Secex publica (terça-feira) os dados da balança comercial de maio, cuja expectativa é de superávit comercial de US$ 9,5 bi no mês, o segundo maior da série, atrás apenas do dado reportado em abril (US$ 10,3 bi). O resultado decorre da expressiva performance das exportações, especialmente dos bens agropecuários e extrativos, impulsionados pela retomada da economia mundial e da elevação dos preços de tais produtos, que devem garantir um saldo comercial recorde no ano.
Por fim, hoje cedo o Banco Central divulgou hoje cedo o resultado do setor público consolidado de abril, que registrou superávit de R$ 24,2 bi no mês (acima do consenso de R$ 17,2 bi); e a FGV divulgou as sondagens finais (serviços e comércio) de confiança de maio, que mostraram melhora, assim como os setores cujos resultados já haviam sido divulgados na semana anterior.
Na agenda internacional, destacamos os dados de emprego nos EUA. Após frustração com o resultado de abril, a criação de vagas de maio será acompanhada de perto tanto pelo mercado quanto pelo próprio FED que tem condicionado a retirada dos estímulos à melhora do mercado de trabalho. Além disso, a leitura final das sondagens de EUA, Europa e China deverá confirmar a expansão robusta da economia global no segundo trimestre.