Primeiros indicadores de atividade de junho, que conheceremos nesta semana, devem apontar para arrefecimento da economia no fechamento do segundo trimestre
Nosso cenário de continuidade de desinflação e moderação da atividade econômica no final do trimestre passado deverá ser confirmado com os indicadores que conheceremos nesta semana. Destacamos o resultado da indústria de maio, os primeiros indicadores de junho e o IPCA fechado de junho. Na terça-feira, a Pesquisa Mensal da Indústria deve mostrar que a produção industrial deve crescer 0,6% em maio. Os dados positivos dos indicadores coincidentes como o da produção de veículos (13,3%, Anfavea), do fluxo de veículos pesados nas estradas (2,7%, ABCR) e da expedição de papel ondulado (2,1%, ABPO) dão suporte à nossa projeção. Outro ponto positivo, é a perspectiva favorável para a demanda, em razão da liberação das contas inativas do FGTS estimulando o consumo interno e o avanço das exportações. Além disso, conheceremos os dados da indústria automobilística referentes a junho: (i) emplacamentos, hoje, divulgados pela Fenabrave e (ii) produção, na quinta-feira, pela Anfavea.
Os dados de inflação, por sua vez, devem confirmar a tendência desinflacionária. Na sexta-feira, teremos o resultado do IPCA, o qual deve mostrar deflação, ao passar de 0,31% para –0,15%. O acionamento da bandeira verde a partir de 1/6, a redução no preço dos Combustíveis e a intensificação da deflação dos in natura devem ser os vetores. Com isso, a variação da inflação em doze meses passará de 3,60% em maio para 3,00% em junho. Já o IGP-M, que será conhecido no mesmo dia, deve mostrar deflação mais intensa, de 0,85%, puxada pela retração dos preços dos produtos agropecuários no atacado. Por fim, conheceremos hoje os dados da balança comercial de junho, para os quais projetamos superávit de US$ 7,1 bilhões. Na sexta, também sairá o IGP-DI de junho. O índice deve intensificar seu ritmo de queda, ao passar de –0,51% para –0,78%. A variação deve ser explicada (i) pela maior deflação dos produtos agropecuários, puxado pelos in natura, e (ii) os patamares deprimidos dos preços dos produtos industriais, refletindo o nível baixo do preço do Minério de ferro e o barateamento da Gasolina.
Na agenda externa, o destaque desta semana será a divulgação dos dados do mercado de trabalho dos Estados Unidos referentes a junho, na sexta-feira. Na quarta-feira, será divulgada a ata da última reunião do comitê de política monetária do Fed, que decidiu elevar a taxa de juros em 0,25 p.p. Na Área do Euro, destacamos os resultados das vendas do varejo do bloco em maio e da produção industrial da Alemanha relativa ao mesmo período. Ao longo da semana, ainda, teremos a divulgação dos índices PMI de junho das principais economias, que devem apontar para leve desaceleração da economia mundial no fechamento do segundo trimestre.
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