Importantes indicadores referentes a agosto permitirão uma leitura melhor da atividade no terceiro trimestre. Na quarta-feira, o IBGE divulga a produção industrial. Esperamos uma contração de 0,7% MoM, tendo em vista que indicadores coincidentes, como a produção de aço e o nível de utilização da capacidade instalada na indústria, recuaram no período. Por outro lado, a produção de veículos foi positiva, o que pode atenuar a queda desse índice.
Na sexta-feira, serão conhecidos os dados do comércio para o mesmo período. Esperamos um recuo na margem de 1,0% para o varejo restrito, em linha com o que apontam as consultas ao SCPC e Usecheque. Já o varejo ampliado deve apresentar um desempenho melhor, com estabilidade na comparação como o mês anterior, em função do bom desempenho das vendas de veículos, conforme antecipado pelos dados da Fenabrave. Além dos indicadores coincidentes, os juros elevados e a migração para o consumo de serviços reforçam as perspectivas de um resultado negativo para as vendas no comércio. Indicadores de menor relevância para o mercado, mas já com dados de setembro, também serão conhecidos, como a balança comercial na segunda, as vendas de veículos da Fenabrave na terça e os de produção da Anfavea na quinta.
Por fim, o IGP DI referente a setembro, que será conhecido na quinta feira, é o destaque do lado da inflação, cuja leitura deve trazer deflação de 0,85%. Com isso, o IGP-DI acumulado em 12 meses ficaria em 8,34%. Entre seus componentes, tanto os preços aos consumidores quando aos produtores devem apresentar deflação, sendo essa mais intensa no atacado. Os preços do minério de ferro, dos combustíveis e de determinados gêneros alimentícios, como o leite, devem contribuir para a deflação. Já os custos da construção, que possuem menor peso no índice, devem apresentar leve alta no mês, com aumento do custo da mão-de-obra. Caso se confirme, esse seria o terceiro mês consecutivo com deflação no IGP-DI.
Nos EUA, os dados do mercado de trabalho americano referentes a agosto serão o foco nesta semana, com a divulgação do Relatório da ADP na quarta e do Payroll na sexta. Está claro que os números de emprego e a evolução dos salários são as métricas de atividade que o Fed está olho. Portanto, os dados de sexta feira serão importantes para precificação dos movimentos futuros da política monetária americana. A expectativa de continuidade do aperto no mercado de trabalho deve reforçar a avaliação de que a política monetária terá que seguir avançando em terreno contracionista. Diversos discursos de membros do Fed ocorrerão ao longo da semana.
O relatório de emprego da ADP tende a acelerar o número de vagas formais geradas no mês de setembro, registrando 200k ante 132k do dado anterior. Ainda na quarta, é esperado que a balança comercial de agosto registre déficit de US$67,9 bi e que o índice de atividade não industrial (ISM) de setembro mostre queda de 56,9 para 56,5 pontos. Também na quarta os dados semanais de solicitações de empréstimos hipotecários e os estoques de petróleo bruto serão divulgados.
Já para o Payroll de setembro está sendo esperada a manutenção da taxa de desemprego em 3,7%. A leitura final dos estoques no atacado de agosto também será divulgada, assim como os dados de crédito ao consumidor referente a agosto, para o qual é esperado saldo de US$25 bi.
Na Europa, a ata do BCE referente a última reunião do Banco será o foco principal da próxima semana. Espera-se que novos detalhes da condução da política monetária sejam apresentados na próxima quinta-feira onde o BCE deve preparar terreno para elevação de todas as três taxas da política monetária em 75 pontos base, em outubro.
Nesta semana, na China, a agenda de indicadores é esvaziada diante do Feriado Nacional. O PMI de serviços da Caixin (sexta) deve registrar queda de 55,0 para 54,5 em setembro. Ainda na semana, dados da balança comercial de setembro deverão ser divulgados.