Na agenda doméstica, o destaque fica por conta das divulgações do Produto Interno Bruto (PIB), da produção industrial, além de dados do mercado de trabalho e de inflação. A semana tem dois jogos do Brasil na Copa, o que deve reduzir a liquidez, apesar de a bolsa seguir funcionando normalmente.
O texto final da PEC da Transição pode ser apresentado na terça-feira, possivelmente com R$ 150 bilhões extra–teto e Bolsa Família fora do teto por 2 anos. Os investidores também seguem atentos às movimentações de escolha do nome para a pasta da Fazenda do governo eleito – Fernando Haddad é apontado como favorito.
O PIB3T22 deve avançar 0,6% (T/T). Pelo lado da oferta, a expansão deve ser generalizada, com destaque para indústria (1,5%), serviços (0,5%) e agricultura (5,2%). Pelo lado da demanda, o destaque deve ficar com consumo das famílias, seguido de Investimentos e setor externo.
No decorrer da semana, provavelmente na quarta-feira, conheceremos o saldo de empregos formais do CAGED de outubro. Nossa estimativa é que ocorra 211 mil vagas, indicando continuidade de desaceleração moderada. Na quarta-feira, a taxa de desemprego (PNAD/IBGE) de outubro deve cair de 8,7% para 8,5%, o que, com ajuste sazonal, significaria recuo de 8,8% para 8,7%.
Na sexta-feira, a indústria de outubro deve recuar 0,6% (MoM), refletindo a deterioração da confiança, a menor produção de veículos (-12,9%, Anfavea) e o Nível de Utilização da Capacidade Instalada (-0,1%, NUCI/FGV).
Na terça-feira, o IGP-M de novembro deve sair de –0,97% para –0,38%, o que corresponderia à quarta queda seguida. No sentido de manter o IGP-M no terreno negativo, destaque para minério de ferro e passagens aéreas. No sentido de perda de ritmo de deflação, destaque para alimentos industrializados, combustíveis, produtos químicos, alimentação e transportes.
O resultado primário do governo central de outubro (terça-feira) deve ser de R$22,1 bi (ante R$11,1 bi de setembro), impulsionada pela sazonalidade no recolhimento de tributos trimestrais, principalmente IR e CSLL, além de royalties do petróleo. Ao longo da semana, a Receita Federal do Brasil deve publicar a arrecadação federal de outubro. Nossa estimativa é que ocorra avanço de R$166,3 bi em setembro para R$190,9 bi em outubro. Se confirmada nossa estimativa, a arrecadação federal aumentará 0,3% (YoY), em termos reais, e, 6,8%, em termos nominais.
Nos EUA, destaque para os números do mercado de trabalho americano referentes a novembro, iniciando com o relatório do ADP na quarta e Payroll na sexta. A continuidade do mercado de trabalho apertado e com ampla oferta de vagas mantêm os riscos de pressões altistas sobre os salários, reforçando preocupações com a persistência inflacionária na economia americana. Também na semana membros do Fed discursarão, com destaque para o pronunciamento do presidente, J.Powell, na quarta.
Na Ásia, a semana inicia com a divulgação da taxa de desemprego e das vendas do varejo no Japão referente a outubro, sendo esperada desaceleração do ritmo de crescimento do setor para 1,0% (MoM) ante 1,1% (MoM) observado no mês anterior. Por outro lado, a prévia da produção industrial de outubro tende a contrair ainda mais para 1,8% (MoM).00
Na China, as sondagens dos PMI’s de novembro (terça) devem confirmar a desaceleração da atividade com recuo do PMI de serviços para 48,0 (ante 48,7) após novos surtos de Covid-19. O PMI industrial, por sua vez, tende a apresentar estabilidade (49,2 pontos). Já para a leitura da Caixin, divulgada na quarta, o PMI industrial deve recuar dos 49,2 pontos para 48,9. E na semana deverá ocorrer a divulgação da balança comercial referente ao mês de novembro.
A agenda na Europa tem como destaque (terça) a prévia do CPI de novembro na Alemanha, o qual deve se manter ainda em patamar historicamente elevado, tendo como principal vetor de contribuição os preços de energia ainda bastante pressionados. Ainda na segunda, indicadores de confiança referentes a novembro, na Zona do Euro, serão conhecidos.