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Agenda Econômica Semanal – 28 de junho a 5 de julho de 2021

Leituras do mês de maio estarão no foco da agenda doméstica esta semana

Como habitual, a última semana do mês traz uma série de indicadores relevantes para uma leitura mais apurada do desempenho da economia. Em linhas gerais, a expectativa é que os indicadores reforcem a perspectiva positiva para a atividade no curto prazo, com dados positivos de emprego, exportações, inclusive sobre as contas públicas, com alta da arrecadação. Os dados de maio devem confirmar a percepção de uma economia se mantém resiliente no segundo trimestre do ano.

Nesta segunda-feira o Ministério da Economia trará os dados do saldo de empregos formais do Caged de maio. Após desaceleração em abril, por conta da 2ª onda do Covid19, nossa estimativa para maio, é que ocorra aceleração, de 121 mil para 165 mil vagas, refletindo a flexibilização das atividades, a maior circulação das pessoas, pagamentos do novo auxílio emergencial e a nova edição do Programa Emergencial de Manutenção do Emprego e Renda. Com ajuste sazonal, o saldo deve ficar em 115 mil. Ainda acerca dos dados do mercado de trabalho, a taxa de desemprego de abril (quarta-feira) deve se manter em 14,7%. De um lado, temos o fechamento de empregos provocado pela 2ª onda de Covid-19, mas, pelo outro lado, também tivemos o retorno do pagamento do auxílio emergencial.

Em relação à atividade, o IBGE divulga na sexta-feira o resultado da produção industrial de maio, que deve mostrar avanço de 1,7%, após 3 meses seguidos de retração, em razão da maior mobilidade e demanda por bens semiduráveis e não duráveis. A indústria tem sofrido com a escassez e a elevação dos preços dos insumos, fato que deve seguir prejudicando o setor no curto prazo. É o caso, por exemplo, das montadoras de veículos, que, que tiveram algumas plantas paralisadas em junho por falta de peças. Neste sentido, a Fenabrave divulga também na sexta os emplacamentos (vendas) de veículos de junho, que deve continuar em recuperação, impulsionada pela reabertura das concessionárias e aumento da confiança dos consumidores, embora a falta de insumos seja um fator limitante.

Em relação às contas públicas, o Tesouro Nacional divulga (terça-feira) o resultado primário do governo central de maio que deve sair de R$16,5 bi para R$ -30,2 bi, puxado pela antecipação do 13º salário de benefícios previdenciários, gastos extraordinários (R$16 bi) e despesas discricionárias (R$10,5 bi). Na quarta-feira é o dia do Banco Central publicar os números do setor público consolidado, também de maio, que deve vir com déficit de R$ 20,1 bi para o setor público consolidado. Embora beneficiado pelo crescimento da arrecadação de impostos, o resultado deve ser impactado pela antecipação da primeira parcela do 13º salário aos pensionistas do INSS que ganham até 1 salário-mínimo, equivalente a R$ 25,3 bilhões apenas em maio. Beneficiários com renda mensal acima de 1 salário-mínimo terão a antecipação creditada em junho.

Nesta semana também teremos a arrecadação federal de maio, que deve passar de R$156,8 bi para R$134,5 bi. Se nossa estimativa for confirmada, a arrecadação terá aumento real de 60,8% (YoY), refletindo, sobretudo, a base deprimida pelos diferimentos dos tributos (em torno de R$30 bi) no mesmo período do ano passado.

Em relação à inflação, a FGV divulga (terça-feira) o IGP-M de junho, que deve desacelerar de 4,10% para 1,01% devido à desaceleração dos produtos agropecuários (Grãos e Suínos) e ao arrefecimento dos produtos industriais (Minério de ferro e derivados de petróleo). Além disso, o alívio na inflação de medicamentos também deve contribuir para o movimento. Em 12 meses, o IGP deve registrar um alívio marginal, de 37,06% para 36,31%.

A Secex publica os dados da balança comercial (quinta-feira) de junho, cuja expectativa é de superávit recorde de US$ 11,0 bi no mês. Já as exportações devem ficar próximas a US$ 30 bi em junho, número também recorde, favorecidas, especialmente, pelos setores agropecuário e extrativo, impulsionados pela retomada da economia mundial e pela elevação dos preços das commodities.

Hoje pela manhã, o Banco Central divulgou a Nota de Operações de Crédito com os dados consolidados de maio, cuja leitura apresentou crescimento de 1,2% ao mês no saldo total da carteira, puxando a cadência de expansão anual a acelerar de 15,1% para 16,1%. Ênfase para o aumento da carteira destinada às famílias (+1,7%), que vem se recuperando desde junho do ano passado e já se encontra em um ritmo de crescimento anual de 16,5%, acima do patamar pré-pandemia (12,0%). A carteira de Pessoa Jurídica (PJ), por sua vez, cresceu 0,7% em maio, com discreta desaceleração no ritmo de expansão no acumulado em 12 meses, de 16,0% para 15,7%. No geral, o resultado reforça a percepção que o crédito tem tido um papel importante neste processo de recuperação da economia. Apesar da alta nos custos de captação, que se elevaram em 0,2 pp no mês, pressionados pelo ciclo de alta da Selic, a taxa média de juros do Sistema Financeiro Nacional (SFN) recuou 0,4 pp em maio, para 19,9% aa. Assim, o spread médio do sistema apresentou novo recuo, o quarto seguido, passando de 15,0% para 14,5%.

No exterior, a divulgação da criação de empregos nos EUA de junho, na sexta feira, concentrará as atenções Diante das dúvidas em relação ao timing de início da normalização monetária pelo FED, o dado do payroll tem sido, junto com a inflação, o principal indicador a balizar o movimento dos mercados nos últimos meses.

 

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