Atividade e inflação favorecem manutenção do ciclo de afrouxamento da política monetária
Nesta semana, os indicadores domésticos de atividade e inflação devem se manter em suas rotas de aceleração e desaceleração, respectivamente, sinalizando para o mercado que ainda há espaço para o Banco Central cortar a Selic rumo aos 7% a.a..
O PIB do 2º trimestre deve mostrar queda de 0,3% frente ao trimestre anterior, refletindo o fraco desempenho da indústria e a devolução de parte da expansão do PIB agrícola do 1º trimestre. Sob a ótica da demanda, o destaque virá do consumo, com crescimento de 1,5%, ajudado pelos saques do FGTS. Apesar do dado ainda negativo para a atividade, a perspectiva é de aceleração nos próximos trimestres. Apostamos em estabilidade do PIB neste ano e crescimento de 2,0% em 2018.
Para o IGP-M de agosto, que será divulgado na quarta-feira, estimamos alta de apenas 0,06%, a despeito da menor deflação dos preços agrícolas e aceleração do preço de minério. O resultado das contas públicas de julho apontará para um déficit elevado, refletindo a fraca arrecadação, justificando a necessidade de mudança da meta promovida na semana passada.
Na agenda internacional, crescimento ainda forte e inflação baixa nesta semana. Serão conhecidos os indicadores de PMI da China de agosto, que deverão mostrar desaceleração em relação a julho, além dos dados do mercado de trabalho e o ISM dos EUA, que continuarão a indicar um crescimento ainda forte para o 3º trimestre. Já os indicadores de inflação ao consumidor na Zona do Euro e o PCE nos EUA deverão mostrar cenário ainda benigno.